Em redes não mais
Em redes de
pesca, redes imperiais
Em redes
virtuais, ditas sociais,
Tecem as
aranhas teias exatas,
Filamentos
invejados por engenheiros,
Com
materiais tão banais valorizados,
Pois o
sistema inspira e dita o que é bom;
Hoje o Deus
louvado é bem gordo,
Não cabe em
si após tralhas juntar
Já os
invertebrados não notórios
Vagarosamente
copulam,
Parindo
randomicamente
E infestando
o dorso de mulas
Inadvertidas,
relincham a quem se lixa
Insetos
sociais vivem para a rainha
Inchar,
violentar e hierarquizar
Até, enfim,
sua princesa herdar
Essa coroa
subterrânea de lama
Amaldiçoada
por quem não for usar
Esses
requintados adornos, em fé –
Simbolismo
difundido por Josés
A rainha de
copas de Alice
Assombra
coelhinhos no epílogo,
Que já
sofriam com lendas caboclas
Seu papel:
aterrar nossos tímidos.
Góticos se
enlutam, vacilam e soluçam
Xarás
diferenciados de penas se enfeitam
Parecer
frígidos todos evitam,
Nessa
amálgama de faces pintadas
É a solução camuflar
Como se
ocupassem o banco dos réus
Desenhos
animados em peles
Já sem
espaço para a livre expressão
E argolas
inoxidáveis em poros
Com
aberturas deveras transigentes
Sorriem de
volta a rostos fechados;
A simpatia
substitui olhares no breu
E condensa
peremptoriamente
Esses ares austeros,
tão fugidios
Tentando ser
porta-voz ser da geração
Que muito
grita, comunica tampouco,
Ao menos um
loquaz membro atento:
o locutor,
que escarrou em prosa
Seus
ilegíveis versos soturnos,
Deixando a
desocupados compiladores
Da
posteridade
o retrato da época;
E quem se
beneficiaria com seus relatos
Lotado
passou, tão imune, tão vago,
Feito
vaga-lume em festejo.
Em São João
os fogos não atordoam,
Não mais.
Rapaz?
Não mais...
Obs.: Fase poética a minha,
quem vai nu caminhar
sozinho nunca irá caminhar