27 de novembro de 2010

Potenciais Músicas

Prazer na Dor

Talvez resquícios da infância
Ou quiçá o perfume da matança
Matanza...
A herança do mestre Sade
Sei que brutalmente lhe invade
Sádico...

Dizem tortura nunca mais
Só que o terror muito o atrai
Atrativos...
Os masoquistas na prisão
Òbvia auto-flagelação
Masoch...

Apanhar, bater
Esganar, sofrer
Isto vai doer
Submisso a você

Prazer na dor
Homem entregue ao estupor
Prazer na dor
Anseia tanto por calor
Maravilha-se com o horror
A agressão se torna amor

Pain! Pain! Pain! Pain!

A mentalidade doentia
Bastante algolagnia
E agonize...
Ver toda a pele costurada
E a rubra nódoa na privada
Costuras...

Tem os tiranos predadores
Em seus servos bons atores
Recíproco...
Vinganças consensuais
Tem êxtases sexuais
Excitação...

Extremo pacto, por traumas
Imaturos orgulhosos, sem almas
Os castigos, os distúrbios, a raiva!
A si, a tudo, e a todos Mata!


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Culpado?

Culpas impregnadas
Não fuja da linha, eles sempre aconselham
Meu papel social – me formar bom rapaz
Multas demasiadas
Violento ostracismo, como se eu precisasse
Me passar por um tolo no meio de escravos

Fugas importunadas
Não há escapatória, na multidão digital
O mundo privado é tormenta de outrem
Chuvas indesejadas
Publicidade viral, intensa e vazia
Pois só o consumo vai salvar a nação

O ônus foi invertido
Prevento veredicto
Devo aceitar a pressão ao redor
E resignar-me em neurose

Culpa!
Já me fazem culpado (todos são culpados)
Culpa!
Já da capo culpado (se sintam culpados)
Mídia: o superego moderno


Mulas endinheiradas
O novo copia velhos atos grosseiros,
Emergem sem fim os idiotizados
Putas domesticadas
Meninas que sentem bem cedo o mercado
Moldá-las infantis e adultas, incultas

Influência fluente, eles mentem (comprem, comprem, comprem)
E as falsas promessas nos vendem (comprem, comprem, comprem)
Único anseio: ficar muito rico
Pertences, presenças, da alma a falência


Rusgas dissimuladas
Peritos em desviar a atenção
Anestesiam e amortecem minhas críticas
Lutas procrastinadas
Querem embotar existências insanas,
Mas não sou um fantoche corporativo

|.!
P.S.: Espero q ambas as letras se tornem músicas, faltam a dedicação para compor e a propulsão da banda.

1 de novembro de 2010

Só UMzinho...

Jovem Velho

Não queria aparentar tolice
Mascarada insegurança em sisudez
Bem, alegria é para os afeminados;
A circunspecção como sensatez

Não se gosta, teme os outros,
Sempre melhores; insatisfeito.
Eis que se torna o que então temia,
Mas não findam os seus defeitos

Faltam aventuras, provas, brigas,
Comunicação e um ermo mestre
Solidão tende ao solipsismo
Ele insolidário e implacável cresce

Não se é pleno e nem engajado
Vê que ninguém lhe dá os conselhos
Sábios e tão comum aos mais antigos,
Enquanto isso, caem os cabelos

Política é votação, apenas
Em relacionamentos é tatu
Percebe seu erro, redireciona
E desmistifica seus tabus

Senso comum é para incautos
Deseja estar preeminente
Como não nasceu em berço de ouro
Pequenas vitórias são suficientes

De questionável beleza, pensa
Os fracassos e a timidez alertam
Que a vida passa e nada é de graça
Coração e estômago não mais apertam

Tédio, frieza e razão: assassinos
Dos envolvimentos febris
Derrotas destroem obsessões
Que havia em tempos juvenis

Encontra um refúgio cultural
Refugo projetivo da infância
Seu jeito de ser apreciável
Resiliente ego infla e amansa

Tentam lhe convencer: é vencedor!
Porém é um bagre e não tubarão
Não se convence; viver é sofrer,
E a ignorância é uma baita bênção

Infeliz mente inquieta, todavia,
Pior seria no sossego frugal
Imenso, pois, é o mundo, ele, poeira,
Que se esvai na ampulheta de areia,
Só que a megalomania é seu mal