25 de dezembro de 2010

Internet: vingança comunista ou arauto do capitalismo?

A concepção da internet foi para interligar computadores a fim de formar uma rede gigante, com conteúdo gratuito para o maior número possível de pessoas, que colaborariam oportunamente, gerando um ciclo virtuoso de conhecimento. O que é caro é o hardware, ou seja, desktop, laptop, roteador, etc, e no momento a assinatura do provedor e da linha telefônica, mas há projetos (em alguns locais já efetivados) de tornar a banda larga acessível a todos gratuitamente. Na rede, qualquer um pode atuar como escritor, músico, programador, crítico, entre outras formas colaborativas, sem gastar um tostão além de eletricidade, bem como sem receber. É ou não é algo comunista? Conforme Adorno previu, com a cibercultura ocorre a transformação da apropriação técnica do social para a apropriação social da técnica, grande exemplo disso é o Linux e o Wikipedia.
Todavia, ao mesmo tempo em que é ruim para o capitalismo após maciços investimentos em algo que se tornou gratuito, é bom, pois os produtos e serviços decorrentes de tanta comunicação vendem mais. O dinheiro continua fluindo e o mercado continua ajustando as coisas. Tenho que admitir que a contemporaneidade tende a esvaziar existencialmente as pessoas, levando-as a preencher-se externamente, via consumo por novidades, fazendo-as se sentir culpadas pelo seu fracasso e/ou sua solidão. Como é preciso de tempo, de paciência e de vagarosidade para se conhecer, é cada vez mais comum a opção pelo comportamento de rebanho ou manada.
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A televisão sempre foi uma mídia dedicada às massas, as reclamações de que seu conteúdo e sua linguagem são pobres não procede, pois o público-alvo não são pessoas esclarecidas ou que desejam conhecimento, o objetivo é o lazer, a distração. Para encarecer seus espaços publicitários as emissoras devem “aumentar seu ibope”, porém com a perda de sua audiência, principalmente para a internet, a solução encontrada foi dialogar com os telespectadores, especialmente por meio do microblog Twitter, assim o público-alvo seria fiel e prontamente atendido. Isso fornece dados para atrair empresas que se alinham ao comportamento dos telespectadores, e a recíproca é verdadeira.
É o modus operandi do capital, não há interesse em arte, mas em lucratividade. Assim como pressiona esteticamente e socialmente por um padrão comportamental que homogeneíza ou rotula as pessoas – a famigerada alienação que os comunistas tanto alardearam –, dá chances a cada um, a partir de sua liberdade sempre restrita, encontrar novos meios de se expressar e de se entender. Eu entendo ser bobagem dizer que as pessoas estão condenadas a terem uma carreira, afinal não vivemos na Índia, porém entendo que a pedagogia dominante é a de massa, que incentiva o cumprimento de ordens. Em caso de frustrações e neuroses há sempre religiões, místicos, amuletos e palestrantes para curar, em troca de outra ajuda – financeira.
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Os EUA reclamam da censura do governo chinês, mas estão para aprovar uma lei que dá ao presidente Obama plenos poderes para desligar a internet por 90 dias, sob o argumento de resguardar a segurança nacional. É a cultura do medo e da arrogância que prevalece por lá. Precisam demonstrar que sua burocracia manda em tudo. São os maiores hipócritas do planeta, afirmam valorizar a liberdade, mas oprimem e condenam quem age da mesma forma que eles. Afinal, são jankes (termo holandês referente a antigos piratas), fizeram contrabando de bens da indústria européia e ergueram um império, agora condenam a pirataria chinesa, mexicana, paraguaia, brasileira e as redes peer-to-peer. Hollywood é ícone disso (cineastas fugidios para o oeste para não pagar licenças), assim como é ícone da atual sociedade burguesa e imagética.
Com o fim do inimigo soviético, o inimigo passa a ser a democracia, o poder que o povo tem de contestar e se mobilizar, a solução foi tornar a massa idiota, calada e resignada, e forjar o terrorismo como grande vilão, pois aumenta o sentimento de patriotismo, via medo. Enquanto isso, a CIA e os agentes secretos se tornam heróis, mesmo oprimindo seu próprio povo. Bem como a mídia se tornou extensão dessa política manipuladora e aterrorizante.
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A lei brasileira n. 9610/98 versa sobre os direitos autorais, ela é extensa e conservadora. Na prática impede qualquer divulgação pública e alteração em obras artísticas (mas o que é arte hoje, tudo?). Ou seja, um DJ que faz remix de uma música para uma festinha, uma foto postada num blog, um quadro rabiscado no paint e publicado no orkut, trecho de um filme num trabalho de faculdade, entre outros atos, podem ser tipificados como crimes. Pois é, se processasse todo mundo por esse compartilhamento haveria mais processo que formiga no Brasil. As marcas se tornaram parte do ambiente, como uma árvore ou uma casa, não há como controlar seu manuseio por milhões ou bilhões de pessoas.
As barreiras da lei sobre arte ou patentes impedem aprimoramentos ou continuidade. É como dizer que todo artista deve começar seu trabalho do quadro, página ou partitura em branco, porém as influências existem, ainda mais com a predominância da técnica. “Não existe propriedade privada no campo da cultura, já que esta se constitui por intercruzamentos e mútuas influências.” (André Lemos)
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Uma obra ser famosa e “bricolada” deveria ser motivo de orgulho ao autor da idéia original, pois o objetivo da arte é sensibilizar, motivar e influenciar. A chamada web 2.0 promove essa colaboração, a desmercantilização do conteúdo, a fim de formar uma inteligência coletiva. O próprio conteúdo programático educacional deveria mudar para uma formação vinculada ao uso das novas mídias, com políticas públicas que se adaptem a realidades e demandas totalmente diferentes das de 50 anos atrás. É a contracultura que mudou as regras do mercado e abriu canais tanto de consumo quanto de pensamento.
É claro que muitos artistas não vão gostar de tanta edição em sua obra, porém a “versão original” fica assegurada. Dificilmente mudará a maior valorização de uma obra original e autêntica em relação a uma inteiramente remexida. Então, que deixem as pessoas brincarem de artista. É fato que a geração denominada Y se serve da tecnologia de forma crítica, erótica, violenta, hedonista e comunitária ou até tribal. Ética é uma área espinhosa.
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Nada substitui a experiência, o contato tátil e visual, a presença do artista ou a tecnologia inacessível em casa. O show, a performance e o cinema em 3D são caros, mas impossíveis de serem pirateados. A arte libera um conjunto de sensações e idéias no espectador. O acesso gratuito à cultura estimula por isso, dando apenas um aperitivo de toda a peça. Se eu fiz download de graça de uma música e gostei da banda/músico, fico muito mais motivado de assisti-lo do que se eu não conhecesse sua obra. Basta ver o que aconteceu com o filme Tropa de Elite, o primeiro foi visto em grande parte pela versão pirata, como o público gostou e ansiava por sua seqüência, esta foi o filme nacional mais visto nos cinemas da história.
Com os livros é mais non sense ainda restringir sua divulgação gratuita, pois é muito ruim ler várias páginas pelo monitor, muitas pessoas acabam imprimindo ou lêem um pouco e compram o livro. Por outro lado, eu acho absurdo tirar cópia inteira de um livro, às vezes fica mais caro do que comprar na livraria, além de não dar um centavo à editora e ao autor. E leitura só é estimulada com a prática, ao descobrir o prazer íntimo de entender e formular idéias.
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Fora do mainstream, a produção dos jovens se espalha pela rede, são pessoas que querem mudar o mundo feito por gerações passadas, como sempre aconteceu. Conservadorismo mais do que nunca está fadado a desaparecer. Também é verdade que as tradições permanecem: querem-se as benesses da liberalidade pós-moderna e querem-se os ritos de passagem das antigas sociedades. Qual a lógica em ainda se celebrar 15 anos, casamento ou batizado? Paradoxos de um meio mutável com pessoas nem tão mutáveis assim.
A lógica da cultura on demand é diferente do esquema industrial. A velocidade impera, lançamentos já nascem obsoletos, são modismos, é a realidade em paroxismo – o estado da arte da pós-industrialização –, porém as leis não acompanham esse ritmo. A regulação virtual deveria focar em crimes como pedofilia e tráfico de drogas. Assim como se deve debater sobre a produção técnica e cultural que deve ser estimulada e remunerada, que gera empregos e melhora a qualidade cultural, e o que deve ser liberado para interesse público, que também melhora a cultura, mas de forma quantitativa e pedagógica. Não sei a(s) resposta(s), mas esclarecimentos se fazem urgentes.
Contudo, não vejo uma solução nesse tema, no máximo pode-se respeitar o autor original, informando nome da obra e do autor (copyleft), porém o controle da manipulação de todos os trabalhos é megalomania inútil. A fronteira entre plágio e influência vai diminuindo com a saturação da arte, da técnica e da moda. Auferir lucro com a pirataria, como fazem os vendedores de CD e DVD copiados e o logo grosseiramente adulterado pelos camelôs, é sacanagem, mas as trocas por USB, bluetooth, P2P, entre outros meios, são válidas. Porém, é preciso considerar a realidade social de cada consumidor e usuário.
Como a arte se tornou algo reproduzível, que o caminho continue sendo trilhado, mas isso o capitalismo não admite, pois propriedade e lucro são pontos sagrados que não podem ser profanados. A elite se morde por não ser mais tão elite assim, vê perder suas altas margens de lucro e a influência de sua ideologia. Assim, em seus contragolpes ficam escancarados seu conservadorismo e sua violência.
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No mercado fonográfico era absurdo o poder das gravadoras e dos empresários. Não eram poucos os músicos que reclamavam de sua pequena fatia do bolo. Com a quase morte destas megacorporações, os artistas perceberam que podem ser independentes, felizes e ganhar dinheiro, mesmo sem serem rockstars. Além disso, é justo um músico fazer fortuna com seu trabalho? Para mim, é justo receber como um artista de jazz ou membro de orquestras e sinfonias, só que o glamour, os exageros é que contam para fazer sucesso na sociedade do status e da imagem. A música, a poesia e a originalidade são detalhes...
Como foi reduzindo cada vez mais o formato de distribuição da música (LP, K7, CD, MP3), ficou nítido o descaso com a qualidade, houve preferência pela praticidade. O público engoliu isso, porém quando impôs seu modo de consumo, os poderosos se sentiram ofendidos e reagiram nervosamente, tratando o público como mero apêndice de sua indústria. Fizeram restringir a cópia dos CDs, monitorando seu uso e até instalando spyware e rootkit nas máquinas dos usuários, tudo em prol do controle do mercado e da ganância de ricos mesquinhos. É assim, quem se acostuma a mandar não aceita ordens de quem vem de baixo...
Arte não é negócio, porém com a reprodutibilidade é inevitável a sua exploração comercial. Um artesão vai exigir direitos autorais do vaso, da sandália ou da cadeira que fez? Como a música, o cinema, a fotografia, entre outras artes, primam hoje mais pela técnica do que pelo conceito original, ou tradicional, de arte: “atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito, de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o desejo de prolongamento ou renovação”, considero justo o compartilhamento e a edição colaborativa. Cada pessoa tem o potencial de ser artista, só que os donos do mercado querem impor seus padrões para lucrar, então só o que lhes interessa se torna cultural, o que resulta na atual baixíssima qualidade musical. Se a música independente não tem muita qualidade técnica, por ser mais pobre, ao menos é mais autêntica e livre de influências comerciais. Entretanto, sei que conceituações, definição de qualidade e qual deveria ser o padrão ou referencial geram polêmicas, há discordância desse meu ponto de vista, e com argumentos consistentes.
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A partir do exposto surgem questões importantes na era da informação, que fogem deste escopo, como: se resultaram em problema social ou psicológico tanto lazer e ludicidade; se nos tornamos senhores ou escravos da eletrônica; se a superficilidade e o hiperconsumo mataram a arte, ao dividi-la e achatá-la; se impessoalidade e realidade virtual fizeram do homem uma máquina que não sente mais a intimidade, entre outras particularidades do relacionamento social; se a convergência de tecnologias exigiu dos artistas convergência de técnicas e idéias ou restringiu-os a agradar nichos de mercado; se é escapismo e covardia a preferência do contato com máquinas as invés de gente. Entre outras perguntas que o leitor deve também ter feito.
Percebo que a internet tanto pode ser uma forma comunista de contra-atacar o sistema, usando de meios ilícitos e imorais, mas talvez até justo, como pode ser uma grande arma capitalista a fim de ganhar mais dinheiro e manipular subjetivamente as pessoas para favorecer o sistema. É claro que o governo americano volta e meia dá seus chiliques com o uso anárquico da grande rede, mas isso se deve ao fato de ver seu poder contestado e até reduzido. A maneira deles se satisfazerem foi contrabalanceando por meio de mecanismos coercitivos e abusivos, fazendo-nos acreditar que privacidade é coisa moderna, que na pós-modernidade isso se tornou uma idéia infantil de comunista aloprado; com tanto GPS e equipamentos de fazer inveja a James Bond pelo mundo, deveríamos aceitar calmamente o crescente controle do quem vive no topo das pirâmides sociais. O pessimismo é grande, mas a luta, a vida e os protestos devem continuar.
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P.S.: Desta vez não quis dividir o texto, deixei grande (para padrões de blog, ainda mais este).
E desta vez indico uma leitura complementar, um texto clássico de Walter Benjamin, fique à vontade para lê-lo, ou não:
http://antivalor.vilabol.uol.com.br/textos/frankfurt/benjamin/benjamin_06.htm

Assim como publico minhas referências:
http://www.libertar.info/news/nova%20lei%20americana%20da%20a%20obama%20poderes%20sobre%20a%20internet%20semelhante%20ao%20sistema%20comunista%20chin%C3%AAs%20/
http://www.baixaki.com.br/tecnologia/2301-direitos-autorais-na-internet-e-o-comportamento-da-nova-geracao.htm
http://www.artigonal.com/internet-artigos/a-economia-da-dadiva-e-as-redes-colaborativas-novos-modelos-de-negocios-cultura-digital-e-capitalismo-cognitivo-ufrj-2010-3550627.html
http://super.abril.com.br/cotidiano/pirataria-salvar-capitalismo-447814.shtml
http://www.unirevista.unisinos.br/_pdf/UNIrev_Castro.PDF

6 de dezembro de 2010

Crônica de +1 ateu

Mitologia pode ser entendida como o conjunto, ou estudo do conjunto, de mitos, geralmente se restringindo a uma determinada cultura ou povo. Os mitos seriam definidos também como invenção de estórias para entreter e transmitir valores à população, assim como os filmes, livros, games, entre outros hobbies de hoje o fazem. Pena que não se admite isso com as religiões e os livros sagrados que contam com grande número de seguidores.

É interessante como estudo antropológico, fonte de cultura e diversão. O resto é para amenizar as fraquezas e decepções da vida. Deus é obviamente invencionice humana e manipulação de massa. Assim como cada nova religião e igreja é reedição da anterior, pois ninguém cria do nada, todo ambiente influencia. Mas presumir as lendas como verdade é proclamar-se louco, em devaneios.

Para mim é perfeita a comparação com a saga do Senhor dos Anéis e, mais especificamente, do Silmarillion: um mundo inventado e fantástico, com lições práticas e moralismos (só que mais subjetivo). Todavia, eu sei que é apenas fruto da imaginação de um nerd recluso. E não preciso concordar com nada, apenas admiro sua literatura. Infelizmente, é impossível convencer os fiéis disto: que não passa de fábulas e escritos de qualidade, ou não!
Fazer o quê se a melhor desculpa de deus é não existir?

As mitologias, ou coleção de lendas, são inúmeras, vastas e riquíssimas. Cada uma expressa o ambiente, os feitos e as projeções de um povo ou nação. É claro que todos se vangloriam de serem os melhores, donos – ou filhos dos donos – do mundo. Então eu pergunto: em que as grandes religiões expressam as necessidades e realidades de um povo que matou deus e venera a tecnologia?

Eu entenderia mais facilmente o culto a Windows, Linux ou Playstation do que a Jesus, Alá ou Shiva. Não somos mais guerreiros nem pecadores, somos hedonistas competitivos e ególatras. Nossos ídolos e santos são os mestres do esporte, dos negócios e das ciências.
Já há hinos, odes, templos, lendas e afins dedicados a eles, afinal nós somos uma sociedade imagética. Entretanto, parece-me que fundar uma igreja em adoração a tal pessoa/divindade seria exagero e insanidade. Até porque temos fontes de pesquisa e capacidade de contestar as origens. Diferentemente de outros idos, quando a contestação dos reis e faraós filhos dos deuses era punida com a morte.

Fica outra pergunta: qual a diferença dos feitos dos heróis e profetas modernos daqueles de Jesus, Maomé ou Moisés? Cada um superou os desafios impostos e foi modelo de atitude. Bem, antes o povo era cego e violento, e não tinha como checar os relatos, ou se acreditavam ou agredia. E hoje?

Pois bem, não faz sentido reverenciar figuras que têm pequenas antigas lições a ensinar. Eu adoro Homero, Aristóteles e Demócrito, mas não faço preces a eles. Para mim, basta todos esses homens e símbolos servirem de história, etimologia, alguma práxis e nomes no calendário. È justa a homenagem a grandes homens e povos.

Não existe pecado nem heresia e nem profanação; a crítica, a zombaria e os erros são permissíveis em qualquer lugar. Só que há pessoas iludidas e deslumbradas com as promessas dos imperialistas de plantão e aceitam ser gado. Pois é, poderiam fazer o favor de apenas mugir...

Liberdade de expressão ainda é um luxo. Na maioria dos países e grupos locais persiste a lei hierárquica de só o chefe ter direito a dizer verdades, enquanto o restante apenas assente. O frustrante é perceber a somatória dos que não se rebelam diante de tamanha opressão. Ainda temem ser condenados por lesa-majestade.

A punição física é nosso medo primitivo, por outro lado a punição psicológica e social é nosso medo moderno. Assim, se entende a homogeneidade que não parecia reverter a entropia iniciada pelo iluminismo. Ao menos os dissidentes agora têm seu espaço e sua voz, mas são massacrados e abafados por gigantes conservadores. Os novos jesuítas continuam exterminando ritos locais, através da globalização, substituindo-os pelo monopólio fútil do lucro ad hoc. Ou seja, o processo é lento, as revoluções são microscópicas socialmente.

Pode não haver mais condenação à morte por divergência de idéias, como outrora nos Estados Papais – apesar de ser semelhantemente aplicado nos atrasados Estados Teocráticos ou dos aiatolás –, contudo, há escárnio por posturas peculiares. Eu acho tão tolo alguém ir rotineiramente à missa ou a sessões de descarrego quanto alguém se achar um jedi ou um vampiro, só que os jogadores de RPG não moralizam suas atuações. Já os crentes são famosos por sua devoção e seu fanatismo e os católicos são coniventes com uma instituição que matou cerca de 10 milhões de “infiéis” ao longo de sua triste existência. (Não opino sobre religiões orientais por ignorância.)

Falta de fé é apenas falta de vontade para acreditar em lorotas, mas podendo rir delas. Não se pode confundir com qualquer atitude ou predisposição para o “mal”, provocadas pela pretensa “falta de deus no coração”. Todos recusam os deuses de outras religiões, os ateus apenas não aceitam divindades de alguma em especial. Qual obstáculo há para atravessar esta ponte? Ah sim, o do medo. Medo de caminhar com as próprias pernas e idéias...