27 de novembro de 2009

Fase (?) Pessimista

Ridículo

Eu, de fato, sou ridículo
Internato ao furúnculo
Por que tu deves gostar de mim
Ou eu me interessar por ti?
Perda é só o que há aqui

Quem me dera ser hedonista,
Sádico ou masoquista
Não há saída: sou pessimista

Surge-me o sentido da vida
Eis que é ajudar uma querida
A curar as suas feridas
E quitar minhas dívidas?
Escutar muitas eqüinas.

A velhinha não me atrai
Indiferente à sua história
Apenas penso no entra-e-sai
Bebo para fugir da memória,
Morcego da adolescência,
Consciência e demência

Volto ao ponto de partida,
Clara e vidente decadência
Biografia falecida
Do homem da ciência
Sem dúvida, escrevo bebum
Sentido, de certo, nenhum

São vinhos e a certeza
Da derrota iminente,
Arrota e toma tua cerveja –
Rota contraproducente
Também contracorrente

Vide: perdido e perplexo.
É que nada, absolutamente,
Parece-me haver nexo
Não sei como não me mato,
A esperança impede tal fato

Solitude, não completude,
Justifica esta atitude.
Alimento jogado ao mar
Ao relento meu lento odiar
Confuso, deveras impreciso
Abuso, redimir-me preciso

Livros para erudição
Música pro sentimento
Morte minha, sem coação.
Você me diz “eu lamento”
Alcoolismo é solução?

Chama, lama e cimento,
Chama lhama em Sorrento
Chás melam o bobagento
Muita, muita informação
Curto momento idílico
Eu disse: sou ridículo


P.S.: Se em meu auge físico e intelectual eu me considero um fracasso, imagine em minha decadência fisiológica... Vida é potência, senilidade é para os resignados.

26 de novembro de 2009

Medo e Infância

Eu posso ter medo de algumas coisas. Mas eu seria corajoso enfrentando qualquer situação, ao menos eu projeto assim de minha cômoda contemplação. O maior empecilho seria o medo da perda, de meu status quo, que poderia ocasionar depressão. Sem dúvida, não tenho pavor de nada. Em uma provável parcial auto-análise, eu diria que meus maiores pequenos medos são de altura e de me sentir inferior (ridículo) – irônico, não?

Não sei explicar o porquê de minha insegurança em locais altos, mas eu circulo por eles, em mirantes, montanhas-russas e junto a janelas de prédios, por exemplo. Então, é algo normal, aquela apreensão de que após um movimento em falso, eu cairia e não haveria volta. Além da visão aterradora da temível queda; talvez eu precise pular de bungee jump para conhecer a sensação dessa experiência e acabar de vez com este temor.

Quanto a me sentir inferior, rejeitado, escarnecido pelo escrutínio público, com orgulho ferido e reputação manchada, é parte de minha projeção existencial. Eu preciso me achar bom e superior, à maioria pelo menos. É parte de minha personalidade, eu me esforço, quase sempre solitária e autonomamente, inflo meu ego e afago meu orgulho, no momento de expor minha vaidade, é muito difícil eu aceitar o escarnecimento, mesmo que de pusilânimes, apesar de que esses ignóbeis têm mais chances de desmoralizar, pois não entendem meu comportamento e obviamente, ao inferiorizar alguém que lhes é elevado, sentem-se exaltados. Mesmo que eu não precise da aprovação de ninguém com meus atos, é necessária minha consciência limpa, que me diga: “aí, tu é foda mermo, hein!” – e também por culpa de meu perfeccionismo.

Talvez seja essa última a minha única “angústia infantil mórbida”, resquício da vivência infantil que os psicanalistas defendem como marcos definitivos do nosso caráter. Eu sempre contestei essa posição, defendendo os traumas da adolescência como os marcos mais importantes, por justamente ser uma fase mais consciente que a da tenra infância. Conflitos edipianos e com meus pais nunca passaram pela minha cabeça, rejeito veementemente esses argumentos, se não fosse pela minha leitura sobre o tema, nem saberia que amar a mãe e querer matar o pai existisse, muito menos que fosse comum. Talvez pelo meu pai ter sido muito mais amável que minha mãe e por eu ser filho único e não ter a concorrência por atenção. Nunca fui possessivo com pessoas, apenas com objetos; sou grato a mim por hoje não ser possessivo com mais nada além de mim mesmo, apenas as minhas idéias transitórias são minha extensão.

A minha falta de religião e espiritualidade durante quase toda a minha vida, exceto por uns 2 anos juvenis, e a liberdade, ainda que restrita pela responsabilidade inevitável (como não ser um existencialista com uma criação destas?), formaram-me, como alguém não reprimido, que não precisa esconder algo por vergonha e que enfrenta qualquer inconveniente, desde que valha o risco de ferir a própria honra. O pecado não existe para mim, há apenas crime (sendo que este eu tenho contestado), porém nada de imperativo categórico, apenas hipotético, de uma forma maquiavélica. Não conheço novos conceitos psicanalíticos que invertam esta superestima da infância, por isso não argumento melhor. Porém, sei que o contexto vitoriano e repressor cristão não existe mais, o que exige a reformulação para apontar quais momentos em nossa vida são nevrálgicos à nossa idiossincrasia.

Eu tive uma infância tranqüila, é difícil eu reclamar de algo nessa fase, na verdade eu tinha pouco ímpeto, além de paixão por futebol e ser um bom aluno e filho, não me recordo de me entusiasmar com algo, talvez por algum tempo por carros e brinquedos, mas nada a que eu me agarrasse e chorasse por não ter. Por isso eu não sou um consumista hoje? Pode ser. Historinhas e músicas infantis nunca foram mágicas e tinham forte apelo. Talvez eu sempre tivesse gostado mais de agressividade, sangue, lutas e competições, mas a não prática desses atos arrefeceu os instintos psicopatas e imorais. É triste, porque não me permitiu descobrir meu dom; sempre fiz o que os outros esperassem que eu fizesse, e depois eu passei a contestar isso e a fazer só o que eu quisesse, sem ajuda, o que me deixou bastante autônomo, mas incompleto. Penso eu que é melhor ser um resistente ermitão de parcas obras e raros elogios, porém de forte individualidade, a ser marionete social, em um grupo coberto de máscaras e maquiagens, escondendo aquilo que todos temem em expor ao público, mesmo que (ilusoriamente?) feliz.

Quanto à adolescência, aconteceram situações que ainda me apresenta como fantasmas. Talvez eu superestimasse os outros; acabei não sabendo lidar com meus desejos e preceitos. O problema não foi o rompimento com a infantilidade, mas a angústia de ficar à deriva no futuro e naquele presente. Eu era invejoso do desconhecido, desconhecendo a reação? Acho que eu sempre fui diferente dos outros e, por não achar a minha “turma”, me recusei a fazer parte de qualquer uma. O que só aumentou meu orgulho, porém reduziu minhas experiências interpessoais, esfriando a compaixão que um dia eu poderia via a ter.

Tudo me levou a ser antissocial e misantropo, convivendo com a falta de exposição e experiência empática. Não sei se sofro, todavia é fato de que não tenho medo do ostracismo, afinal, se eu me dedicasse, eu seria um monge niilista ou sociopata. É isto: tenho medo de não ser temido?

19 de novembro de 2009

Rosto e Cio.

Rostos

Ó rosto de ontem que não voltará mais
Metamorfoseia-me, e ainda jaz
Em meu corpo buracos negros não ocos
Olhos e boca transparecem o inequívoco

Multiplicidades imanadas do estrato
Traçam minha individualidade, fato
Não intacto, abstrato, contacto sem contrato

Devir impessoal, porém individual
A efetiva arte se relaciona com Marte

Território desterritorializado
Ou idêntico desidentificado
Rosto – mapa de traços compositivos
Significar-lhe procura o incisivo

Fazer do vazio espaço a ser preenchido
Entre rostos, ah, quantos desertos
Rugas – caminhos existenciais percorridos
Cada um as pinta com suas tintas
Sigo até a morte, quando não mais deserto

Visão de rostos durante uma vida
Muitos fluxos na paisagem pintada
Expressões e memórias são perdidas
A potência de afetos é afetada

O corpo, o cérebro, os pêlos, o rosto
São microcosmos humanos à gosto
Fantasia, gozo, simpatia, nojo
Retas de encontro: eu e você. Não crê?


O cio do Brasil

O cio
Um negócio
Oscilo, nego o ócio
Colosso

Eu me vicio
Meu vício –
Ofício no edifício
Difícil, isso

Néscios:
Aécio e Laércio.
É sem nexo
O processo

O vazio
Inácio
A inércia no palácio
Que crasso!

...Brasil

18 de novembro de 2009

Honestidade contra Simpatia

Costumam me reprimir e admoestar por minha antipatia, como se eu estivesse fazendo algum mal ou causando algum sofrimento aos outros, além de indiretamente sugerirem que estou prejudicando a minha imagem; tende-se a julgar bem aquele que pratica o bem. Porém, como saberei a quem me dirigir mais estusiasticamente? Pratico apenas uma fria cortesia a desconhecidos com quem muito provavelmente não terei contatos contínuos nem profundos. Reconheço que às vezes exagero, fica aquém de um esforço de simpatia a quem eu deveria ser um pouco mais educado e gentil. Talvez eu seja muito interesseiro e realize esse esforço apenas com quem eu desejar algo em troca, todavia, costumam ser tão poucas pessoas que se tornou um traço de minha personalidade a indiferença, a ponto de ser natural. Tanto é que mesmo àqueles que eu intencionalmente tento agradar e transmitir atenção não reconhecem, e até estranham, a minha excêntrica sociabilidade dirigida. É rispidez?

Entretanto, pessoas que se julgam amistosas e educadas são capazes de transmitir antipatia e algum mal a mim, mas não sei dizer se elas fazem isso conscientemente ou não. Mas fazem. Pois, como eu tinha interesse nelas, e elas não correspondem, por qualquer motivo, grosseria que perceberam em mim, ou não entenderem a minha obscura comunicação, ou falta de atenção ou de polidez ou por conflitos vindo delas, ou ainda por não me ouvirem direito, eu também me julgo prejudicado. No fim, qual a diferença na atitude delas e na minha, enquanto simpatia? Só aquele que reclama poderá responder.

De minha parte, não passarei por hipócrita e conseguirei me justificar, enquanto os outros se esquivam. Sou discreto, mas se surgir uma situação comprometedora, torno-me desbocado e escancaro a verdade, como o personagem Salgado Franco, o super sincero. Apenas não caço confusão, mas não fujo da encrenca. As pessoas em geral tendem a ter medo de situações embaraçosas, elas são demasiado políticas, inventam desculpas para não ferir e magoar o semelhante. Receber isso, para mim, é pior, pois além de ser derrotado, não consegui sequer extrair a verdade e me interessei em alguém covarde. Preciso me esforçar para dar a impressão de que suporto qualquer verdade e inconveniente e que detesto a malícia do esquivamento compassivo.

Não há como saber a intensidade com que foi ferido o outro ignorado e/ou repelido. Em minha ética, evito máscaras, assim, entro em conflito com quem só sabe se esconder. Às vezes, toco na ferida só para ser xingado ou elogiado, dragando a honestidade. Não tenho mais medo da rejeição; a indiferença e o silêncio é que me angustiam. Isso significa que não despertei qualquer sentimento e não tive a mínima importância para aquele sujeito. É muito mais desestimulante que perder uma pequena batalha, pois retira a esperança. Como ver um horizonte sem ter potencial? Estou aprendendo a perseverar, mesmo com tantos fracassos e parcas vitórias. Afinal, não sou de todo pessimista.

12 de novembro de 2009

“A filosofia de um século é o bom senso do próximo”

Mais um texto antigo (mas nem tanto, somente alguns meses):

Ao ler, parcamente, sobre história e filosofia - e história da filosofia -, e ao refletir sobre a frase-título (sinceramente não sei a quem é atribuída, provavelmente é de domínio público), sugiro que o melhor seria dizer: A filosofia dominante em um período será a dominante em uma sociedade daqui a um século, aproximadamente. Afinal, um século consegue se resumir em um período? Ou, filosofia é bom senso? Ou ainda, de que região geográfica é essa filosofia e essa sociedade?

É inerente à filosofia estar na vanguarda. Ser contrapelo do contemporâneo. É essencial a ela a extemporaneidade, ser, assim, inatual. Ou por contemporizar e conjecturar em demasia a ponto de adentrar em outra realidade ou por nostalgicamente relembrar os mestres e ensinamentos que foram oráculos que previram os efeitos dos enigmas que angustiavam a humanidade. O filósofo se recusa ser moldado por seu contexto, ele quer por o tempo sob sua medida. Só depois do tempo que for necessário, a compreensão de suas idéias serão difundidas, apreciadas e efetivadas socialmente.

Vejamos a efervescência intelectual e teórica do período de 1750-1850 – iluminismo, idealismo e positivismo, por exemplo. Apesar de embasada no contexto da época, não se refletia in lato na sociedade, mas apenas em determinados círculos. Muitas novas idéias e práticas surgiram nessa fase, como os grandes compositores e as revoluções e a independência generalizada na América, entre outras. A Revolução Francesa e a Revolução Industrial representaram rupturas práticas, que passaram por um período de transição, característica da dialética da história, com resistências de diversos grupos. A sociedade ainda não havia apreendido essas “idéias modernas”.

Vejamos dois dos maiores filósofos do século XIX: Marx e Nietzsche. Poderíamos trazer à tona outros pensadores influentes, como Adam Smith e os utilitaristas, Kant e Voltaire. No entanto, vamos nos ater a esses dois em face da ponte que será feita entre o fim do sonho revolucionário em 1968 e o dito pós-modernismo da sociedade contemporânea; assim como foi a ponte entre o idealismo social de Marx e o ápice do movimento idealista alemão iniciado em Kant e que culmina em Nietzsche.

Marx influenciou fortemente o século XX, em parte pelo modelo capitalista não solucionar graves problemas sociais. Ativistas que desejavam transformar a sociedade viram na filosofia marxista as soluções às disfunções do modelo capitalista vigente. As duas principais obras do autor, Manifesto Comunista (1844) e O Capital (1867), atingiram seu ápice nas tentativas de revoluções pelo ocidente (EUA, Brasil, França) em 1968. Ou seja, houve um período de, praticamente, um século exato. Excetuamos Cuba, que conseguiu êxito e aplicou política e economicamente, em toda nação, os ideários marxistas, ou, pelo menos, grande parte deles.

Nietzsche, tido como o grande expoente do pós-modernismo, com idéias de individualismo extremo, de antidemocracia e de libertação de moralismos cristãos, hoje em dia é o filósofo mais lido, substituindo Marx. Suas principais obras situam-se entre 1878 e 1888, ou seja, novamente, a sociedade o “digeriu” cerca de um século depois. É claro que nem toda a sociedade adere esses valores, assim como nem todos os que podem ser classificados como pós-modernos lêem Nietzsche. Porém, assim como muitos dos revolucionários de 1968, mesmo sem lerem uma linha de Marx, apoiavam o movimento e tendiam a concordar com os ideais marxistas, a atual sociedade tende a concordar com os valores nietszchianos, mesmo sem ter consciência disso. É um mimetismo social que faz com que intuitivamente cada sujeito se predisponha a acompanhar o fluxo do sistema.

A dialética da história humana entra novamente em cena, os valores marxistas de comunhão, solidariedade e valoração da sociedade em supressão ao individualismo foram substituídos por valores de individualismo, indiferença social e política e comportamentos dionisíacos e inconseqüentes. Assumimos que essa abordagem é reducionista e analisa apenas o viés da expressão clássica do título. Isso significa que vários outros fatores emergem e infuenciam; a sociedade é muito complexa e dinâmica, assim como eram esses dois filósofos clássicos. No entanto, verifica-se a clara influência de suas filosofias nos jovens de épocas distantes a cerca de um século das obras filosóficas. Isso significa que só grandes pensadores que vêem as sutilezas da sociedade e do homem, assim como conseguem apontar para o futuro, conseguem criar uma obra explosiva cujos efeitos fazem-se sentir apenas muito tempo depois.

Exposto isso, o que podemos esperar do futuro? Quais foram os grandes pensadores da primeira metade do século XX que serão os grandes influentes da geração que virá? Arriscamos dizer que pensadores tradicionais, como Foucault, Sartre, Dewey, Bergson e Russell influenciarão na primeira metade deste século. Porém, serão os visionários heterodoxos, ficcionistas, que refletirão a sociedade do final deste século. São escritores como Clarke, Dick, Heinlein e, em especial, Asimov, que serão considerados os profetas da tecnologia. Resta à sociedade resolver problemas morais e existenciais, que poderá ocorrer no período de transição de influência de filosofias de Sartre e Russell, bem como de Nietzsche, Deleuze e Derrida. Isso se faz necessário para que o homem possa entender a importância e a inevitável dominação dos robôs e da inteligência artificial no planeta. Eles serão economicamente muito mais viáveis, e caminhamos a passos largos para tornar a Economia a principal estruturante do mundo plano.

A humanidade será instrumento dessa vida criada pelo homem, o oposto do que acontece hoje e do que o homem espera. Será a efetivação do monstro Frankenstein. O homem em toda a sua arrogância será superado. A guerra que poderá ser desencadeada entre essas duas formas superiores de inteligência poderá formar um cenário apocalíptico como o exposto em Matrix, mas é para isso que servem os períodos de transição, para aplainar o terreno para a síntese. A menos que alguma metafísica volte a superar o frio materialismo, então o homem perceberá que o racionalismo enviesado e o cientificismo niilista não o tornou mais feliz, como já havia prevista Goethe.


P.S.: Estou postando essas coisas antigas por falta de inspiração mesmo e para manter o blog atualizado. Achei superficial, mas eu não consigo me aprofundar em nada, sou um pedante.

11 de novembro de 2009

Old, old lyrics

Mestre dos Sonhos

Doces sonhos é o que tu tens
Fazem tua cabeça girar
Teme nunca se sentir bem
Estás sabendo que irá pirar
Afogas-te na própria mente
Esperando que imagens apareçam
Torna-te um ser deprimente
Sem qualquer controle, tu pensas...

Vários fantasmas te assombram em teus sonhos
Imploras por ajuda e não consegue acordar
Estás sendo possuído por um ser risonho
Apenas sonhos impossíveis de controlar

Achas que tudo isso é um pesadelo
A verdade, verás num instante
Ajudado por algum ser supremo
Que aparece em teu sonho constante
Odeia as imagens que vês na viagem
Sem ter uma explicação coerente
Adoras a visão desta miragem
Aguardas que ela seja real, é...

Imploras por ajuda, mas não vais acordar
Estás sendo possuído por um ser bisonho
Mestre de sonho impassível, a dominar



Behind Enemy Lines

All of us are living in risk, far beyond our limits
Nothing else seems to matter when we’re in a pile of shit
Makes no difference we look behind, in the past
We’re living in a cage and how we gonna resist?

Try to escape to not be raped
Give them cash, slayers want your flesh
Capitalism, Cannibalism
The empiricist wanna employ me

Behind enemy lines
Behind enemy lies
I stand stubborn
I remain instead of you

Shadows in your mind, stay there for how long?
The fear of death keeps to torment your drafts
Sacrifice is the pleasure borned in psycho nature
Feed the eyes (and mind) of those who love the hatred

Take a ride, then you hide
So nevermind, they won’t take your pride
Live in sin, just within
You’ll infest, the anger will kill the next

Behind enemy lines
Behind enemy lies
I stand stubborn
I remain instead of you


Hopeless Future

We built a world based on racism and hatred to acquire these results
Now everyone is hurting and anyway we stay with crossed arms
Atomic and nuclear bombs are tools bringing too much pain and disease
Surveillance and idolatry formed a porcelain face seeking the power

It’s a dead world, but we insist on living. This is the future anyone predicted?
Piles and piles of waste. Nothing above the law. Apocalypse comes, we’ll see

Technology not for men, conqueror dominates our land
Holy wars are salvation, despite killing a whole nation
All their buildings, museums and castles gonna be reduced to ashes
The State became prowler, killers now have the power

And what we gonna do?
- Eject, forget, infest, reject
And what we gonna say?
- I don’t know. What do you want? Where’s my faith? It’s the end

Nothing!! Will do what you…
Nothing!! Will say what you…
Nothing!! Is what you want.
Nothing!!!


P.S.: Essas letras são umas velharias juvenis que escrevi e nem me lembrava mais. Devem ter quase 10 anos - continuam atuais? (Como sempre, não) Achei-as revirando alguns papéis antigos de música. Eu sequer digitei isso em algum lugar antes. Percebi que eu já era pessimista e agressivo àquela época. O estilo mudou muito? Não sei fazer uma fria avaliação, por favor, diga-me o que achou. Mas, sinceramente, não achei tão ruim, apenas imaturo.