28 de maio de 2009

E daí então?

É he e...

Hedionda herbácea hegemônica
A hecatombe hebeta o hebreu
Da hemorragia do hermafrodita, e o eu
Na heterodoxa hebefrênica hebdômada

Eis que o héctico herda o hebetismo
Hebetude de Hermes - o Hedonismo
Hermógenes e Herodes, hematófagos
Das hemácias do herbívoro hemofílico

No hemisfério dos hectares helênicos
Hesitam os heteros herméticos
À hepatite e às herpes da heterista
Eis o homem, e de Hegel a heurística

O herói Hércules, herege de Hera,
Em um hechor com hemodia e hérnia,
Hesíodo, Heródoto e a hermenêutica.
A hemoglobina de Hélio é a Errática


A
Nor
Mal.
Idade
Normal
Anormal
A.Normal
A.Nor.Mal
Norma.Lida
Normalidade
No.mal.idade
Anormalidade.
Normalidade.Há
Há.anormalidade
A.Norm.Mal.Idade.
A.Idade.Há.Normal
Há.Norma.De.Ida.
Idade.Há.No.Mal
Ida.De.Mal.Nor
De.Mali.No.Há
Ida.De.A.Nor
Mal.Nor.Ar.
A.Má.Norma
An.A.Mal.
Há.Lida.
Ida.Mal
De.Ida
Mal.A
Nör.
Mal
No
A

24 de maio de 2009

A decepção que imana das decisões

Uma decisão. Ou duas, ou três, não importa. Tomamos decisões a todo o momento. A maioria intuitivamente. Com algumas, achamos que é conscientemente. Há estudos dizendo que elas já existem antes mesmo de tomadas, mesmo com consciência – mas isso é outro tópico... SEMPRE decidimos com informações limitadas, ou seja, sempre a intuição tem seu papel. Mas as mais arriscadas decisões não são as que são tomadas com o menor número de informações disponíveis, não; são as que tomamos baseando-nos exclusivamente nas emoções, e temos que racionalizá-las para efetivá-las. São campos muitos distintos, apesar de serem companheiros – quase que paralelos.

Se pensarmos muito, deixaremos o mundo passar, agiremos pouco e nos acomodaremos com a realidade, estável, julgamo-la imutável. Mas imutável como, se tudo gira, o tempo passa e nós somos bombardeados por idéias, que em determinada hora se transformam em desejos. Satisfazemo-nos em sonhar com a efetivação desse desejo, se aceitamos o risco de realizá-los, aceitamos a formação de nossa própria história. O que é melhor: ser conivente com tudo o que se apresenta, negando a dinâmica da vida, ou tomar uma decisão rápida, mesmo que no final não cumpra seu objetivo? Não é apenas a conversa de “pelo menos, tentei”, é muito mais, é sentir a adrenalina de não saber o que vai acontecer com a nossa vida. Não importa se planejamos todos os períodos da vida, são muitas variáveis que não constavam em nossos cálculos, que sempre alteram o curso. Resta a nós mesmos ignorá-las, se for possível, ou percebê-las como oportunidade de mudança e de amadurecimento. Se não conseguimos ser eficaz, aprendemos com as mudanças que ocorreram internamente – isto quando não se está cego ou obsessivo com o seu alvo – e com os fatores externos, que são cheios de ensinamentos.

Só damos valor às coisas quando as perdemos. Esse ditado é banal, mas é justo aplicá-lo quando sentimos que deixamos para trás algo que gostaríamos que estivesse conosco no momento. Se não há jeito de trazê-las de volta, ou ficamos nostálgicos ou superamos e vamos atrás de algo que o substitua parcialmente, ou até mesmo totalmente. É só a experiência que nos indicará se estamos decepcionados com a decisão de largar ou não. Não digo arrependido porque eu só me arrependo do que não fiz – o que não foram poucas coisas... Toda decisão positiva (de dizer sim à situação) deve ser motivo de orgulho, mesmo que não tenha ocorrido conforme o esperado. A decisão negativa (de dizer não à oportunidade) carregará sempre o peso do “E SE”.

Isso nos remete ao discurso do saber. Somos curiosos, é inato. Se não almejamos o desconhecido, se não ousamos, significa que aceitamos as sombras. Vislumbramos apenas as possibilidades que adviriam de nossas decisões positivas. Seria bom se pudéssemos ser como o personagem de Nicolas Cage (Cris Johnson), em O Vidente, baseado no conto The Golden Man de Philip K. Dick. Tomar todos os caminhos possíveis, sabendo quais resultados que ocorreriam, para tomar a decisão mais satisfatória. Como acontece com os sistemas computacionais. Mas isso não é possível. E é bom na verdade, porque a vida fica mais emocionante. Precisamos aceitar que a decisão tomada foi a mais correta. E isso não passa por ser o mais racional possível. Depende mais de como aceitamos a vida e a construção de nossa história. Fazendo com que cada ato seja heróico, e não covarde. No fim, não é o acúmulo de saber que importa, mas, sim, a sabedoria que obtemos com nossas percepções.

Precisamos ter em mente que sempre somos seduzidos por elementos externos que prometem a nossa felicidade ao usufruirmos deles. Mas isso é um ciclo sem fim, as tentações aparecem em toda a parte. A seleção daquilo que julgamos como nosso de fato, é que melhorará a nossa vida, que impedirá a frustração. A decisão, então, foi tomada, arquemos com as suas conseqüências. Não há volta. Mas há sempre a possibilidade de construirmos novos caminhos. Nada está escrito. É possível uma decisão que não gere decepção? Não. São os julgamentos internos que nos fará melancólicos ou entusiasmados. Que sejamos metamorfoses, enfrentando as decepções e gozando as alegrias.

20 de maio de 2009

O belo e o amor

"Se o belo tem como base o sonho de ser, o sublime tem por base uma embriaguês do ser." (Nietzsche)
Para criar é necessário também morrer...

Minha metafísica do amor

O que posso dizer do amor?
Sei que dicotomia não vou sobrepor
Às famigeradas Razão e Emoção

Quero ser transformado
Sem deixar de ser fiel
Não usar máscaras, não usar painel

Pela primazia de meu instinto
Se o racional interveio
Que faça ser bonito
O que sempre achei feio

Que o Eu não apareça mais
Enquanto o Nós existir
Que o Yin Yang seja capaz
Não separar o que unir

Duas almas se tornam uma
E não é preciso tolerância
Cada ação visará somente
Ser Uno, com perseverança


Versos de Amor
(Augusto dos Anjos)

Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, chupo-a... ilusão treda!
O amor, poeta, é como a cana azeda,
A toda a boca que o não prova engana.
Quis saber que era o amor, por experiência,
E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo,
Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo,
Todas as ciências menos esta ciência!
Certo, este o amor não é que, em ânsias, amo
Mas certo, o egoísta amor este é que acinte
Amas, oposto a mim. Por conseguinte
Chamas amor aquilo que eu não chamo.
Oposto ideal ao meu ideal conservas.
Diverso é, pois, o ponto outro de vista
Consoante o qual, observo o amor, do egoísta
Modo de ver, consoante o qual, o observas.
Porque o amor, tal como eu o estou amando,
É Espírito, é éter, é substância fluida,
É assim como o ar que a gente pega e cuida,
Cuida, entretanto, não estar pegando!
E a transubstanciação de instintos rudes,
Imponderabilíssima e impalpável,
Que anda acima da carne miserável
Como anda a garça acima dos açudes!
Para reproduzir tal sentimento
Daqui por diante, atenta a orelha cauta,
Como Mársias - o inventor da flauta -
Vou inventar também outro instrumento!
Mas de tal arte e espécie tal fazê-lo
Ambiciono, que o idioma em que te eu falo
Possam todas as línguas decliná-lo
Possam todos os homens compreendê-lo!
Para que, enfim, chegando à última calma
podre coração roto não role,
Integralmente desfibrado e mole,
Como um saco vazio dentro d'alma

Há sempre um peixe maior - e um menor

Amor-próprio é indispensável. Em nossa sociedade superpopulosa e massificada de um lado, entrópica e super-especializada de outro, não se afirmar é ser uma marionete social (apesar de que muitas vezes essa afirmação é vaidosa, visando um pequeno grupo).

Costumamos forjar uma grandeza interna, um ídolo de nós mesmos, para não entrarmos em depressão; afinal, ser gótico, autodepreciativo, pusilânime - entre outros adjetivos - não pode ser uma coisa boa, é querer se anular, é não suportar o próprio vazio, é ser escravo de alguém disposto a dominar, sevandija de um espírito de senhor. Todos nós temos estas fases ególatras e suicidas.

Se alguém olha para o jardim do vizinho, este é sempre mais verde, logo desejamos ter aquilo também, queremos ser tão bom e bem-sucedido quanto ele conseguiu ser. Mas o dono deste jardim poderá olhar para os jardins ornamentados e invejar outro ícone, ou até mesmo seu vizinho invejoso! O inferno somos nós, que precisamos nos divertir com a desgraça alheia, só me elevo quanto o outro cai. Conseguimos controlar a cobiça, quando despertada?

Se não olhamos para nenhum lado ou direção, criamos nosso próprio mundo auto-suficiente, tornamo-nos autistas, assim, nos iludimos com esta felicidade egoísta. Agora somos os melhores, afinal, quem melhor para me julgar do que eu mesmo? Vivendo de orgulho, não nos irritamos, não temos que discutir com julgamentos depreciativos dos ignorantes. O inferno são os outros, não recebo suas maldades, mas também não analiso suas perspectivas idiossincráticas. Conseguimos sair deste conforto, para ir em direção às convulsões?

O que fazer com esta angústia? Num momento reconheço que eu sou muito inferior, que por mais que eu me esforce jamais terei o talento, a erudição, a inteligência, as conquistas – em um devaneio chego a pensar até na vida! – dos outros. Em outro momento, eu sou o melhor, ninguém reconhece meus feitos, mas só eu sei o que passei para chegar ao cume, ou então tenho fama e sou julgado – superficialmente – como a personalidade da hora – como não inflar o ego um paparico desses?

Não adianta, Sócrates nos ensina a reconhecer a nossa ignorância, é o primeiro passo da sabedoria.

Qual o seu objetivo? É projetar sua vida nos outros? Ser feliz somente quando você se vê pelos olhos daqueles que lhe julgam? Ou ter uma felicidade de realizações pessoais, superando todos os percalços do caminho, elevando-se ao máximo com os recursos disponíveis, sendo a opinião alheia apenas conseqüência de sua obra, internamente julgada como boa? Ou, ainda, ignorar os conhecimentos erudito, cultural e social, e ter uma vida cabocla, longe de quaisquer aspirações que um meio sempre induz a ter, e ser feliz com as sombras projetadas na caverna? Ou seja, ser escravo, mas feliz? Ou desejar subjugar tantos quantos possíveis de o serem, entrando para a história como o senhor que realizou grandes feitos, “ajudou” seu povo, este que, como recompensa, deverá, no mínimo, honrá-lo com insígnias e nome de obras públicas e de ruas...

Enfim, são inúmeras as possibilidades, elenquei algumas que me vieram à mente. Tudo depende das contingências, do espírito de cada um, de como a vida é subjetivamente valorizada e o sentido que é dado a ela. Se quiserem saber meu caso, precisam conhecer minhas intenções – o que não é difícil – para saber o que valorizo e qual é meu espírito.

Destino não existe, mesmo que as quedas contumazes, ou vitórias fortuitas, pareçam indicar o contrário. É impossível escapar da responsabilidade que o existencialismo nos imprime. Mesmo que muitas vezes parece que não filosofamos, refletimos, projetamos o futuro, nossas ações constroem nosso caráter, nossas experiências nos ensinam o que gostamos e o que iremos perseguir. Seja conscientemente ou instintivamente, nós somos os únicos a quem iremos reclamar pela vida que no final tivemos, afinal, as oportunidades estavam escancaradas, se você foi herói ou covarde, se você é realizado ou desgostoso, Ah... você sabe, você sempre soube...

17 de maio de 2009

Uma música, Uma poesia - reflexões biológicas

Prejudice & Instinct

What you mean you are free?
Have opinions, independence
From what? Economic, moral or beliefs?
It’s not clear enough our machine?

What you mean you’re superior?
With pride or with vanity?
What for? To show relevance
It’s not clear enough our politic?

Group of organisms
Invisible worlds in domain
We are puppets at service of molecules

Pure free will
Stubborn naive illusion
Finish or continue – it’s the only decision

Prejudice comes from the fetus
We choose without a think
How? Instinct is our guide
When to release it, the most don’t know

Food, people, customs
We selected with a purpose
What? Without a reason it’s only mimic
Think and reflect, you are who leads

Prejudice! Living Instinct!
Education! Life Intense!

With no instinct we’ll never exist
Now we can overcome this
Non-procreation it’s not disease
Personal choices are allowed
Should we perish?
Do we deserve the future?
Let’s make the culture
It might be poor or pure
Livre ou determinado?

Somos máquinas orgânicas
Mas queremos ser biônicas

Somos livres para desejar tudo
Mas desejamos nossas vontades
Vivemos cheios de oportunidades
Mas sequer vemos as alteridades

Se agimos como auxiliadores
Não sabemos o que é amor-próprio
Se portamos um egoísmo
Dizem que estamos a usar ópio

Para sermos livres, nos isolamos
Mas como ficam as necessidades?
São resquícios e reminiscências
Desta nossa aprisionante vontade

Conseguiremos felicidade?
Com livre-arbítrio dissimulado
E com determinismo ignorado

Sem origens, vem o inevitável niilismo
Trágico pessimismo ou Socrático otimismo?


Não usar razão nem ilusão
Vida não se justifica
Não importa, só é sofística

Pandora e Prometeu

Para mim, os mitos (co)relacionacioados de Pandora e Prometeu são os mais simbólicos à humanidade. Vejamos, senão, Prometeu, o grande desafiador de Zeus, faz o que acredita ser o correto, dá a tecnologia (fogo) ao homem, retirada de seu local original (a morada dos deuses) para que os homens suportem melhor a existência, para que sofram menos. Ah!, mas os gregos não sabiam o que era viver sem sofrer, para que isso? Apenas para passar pela vida, sem realizações, superações, tragédias? Não há graça, a não ser que se busque o desconhecido, que os riscos inerentes à vida sejam aceitos. Isso é irônico vindo do titã que premeditava tudo, que conhecia o futuro antes deste acontecer e, mesmo assim, aceitava o determinismo e deixava o homem e os deuses cumprirem suas jornadas então imprevisíveis.

Pandora simboliza a punição do homem em decorrência da petulância de Prometeu. Ora, está aí o espírito ariano, da queda do homem, a tendência para o trágico e para o profundo, aceitar a vida de forma melancólica, mas viril. Por mais que o fogo seja valoroso para a cultura, ele deveria ter sido conquistado e não expiado, ainda por cima de seres superiores! Mas é um pecado originado da ousadia e não de uma resignação judaico-cristã. Ele aprende que o mundo é composto de inúmeras coisas, mas ele quer ser egoísta e uno, ou seja, deseja uma ruptura com o mundo, quer ser seu próprio mundo, por isso deverá sofrer.

Mas a ideia aqui é que o próprio homem é a causa de seu sofrimento e para apaziguá-lo é preciso tornar a encontrar a unidade junto com o seu oposto. Assim, vem uma punição externa, tanto Prometeu é punido com um suposto sofrimento eterno - ser queimado pelo sol e ter o fígado devorado durante o dia; ter a pele cicatrizada pelo frio da noite e pela regeneração do fígado; em um ciclo infinito - também o homem é punido com a figura da mulher. Esse ser tão oposto ao homem, mas que aprendendo a conviver e amar as diferenças intrínsecas do feminino, o homem encontra a sua redenção e pode então deixar de sofrer, temporariamente. Sem a figura feminina, a vida não seria viável, aí sim seria eterno sofrimento, só com a conciliação desses opostos é que se encontra alguma segurança. É isso o que pode a tragédia de Ésquilo "Prometeu Acorrentado" nos transmitir ao afirmar: "Tudo o que existe é justo e injusto e, nos dois casos, igualmente justificável". Afinal, isso é o mundo, a realidade humana.

Voltando a Pandora e sua caixa, ela simboliza tanto a curiosidade humana (assim como também o conhecimento de Prometeu a simboliza), quanto a esperança de que tudo ainda está por vir. O homem não consegue ser totalmente frio e desisitr das coisas se não tiver ciência de que não há mais chance, ele é teimoso e desejará cumprir seus desígnos e ter prazer. Dizem que a liberação dos males guardados na caixa significou o fim dos áureos tempos humanos e que agora tudo seria sofrimento, à exceção da bondosa esperança remanescente que acalmaria o espírito humano. Imaginem se até a esperança fosse embora, não haveria mais mistério na vida, com toda a previsibilidade, ao homem restaria apenas seguir um determinismo frio, sem qualquer livre-arbítrio. Entretanto, sem esses sofrimentos, o homem jamais poderia se transformar, encarar a dinâmica da vida, buscar o progresso inerente à sua natureza. Sabemos que morreremos, que seria melhor não nascer, mas é essa leda esperança que nos faz continuar batalhando. Podemos interpretar esse mito como o fim da zona de conforto e do paraíso, e o início da dura realidade, mas da vida leve e amarga, que nos obriga a aceitar seus infortúnios e adquirir um dia a sabedoria do que é viver plenamente, concebendo a vida como uma alegre tragédia. Afinal, em tudo a que nos deparamos está o paradoxal e o contraditório, aceitar a existência desta forma é o que esses mitos simbolizam.

Então, num primeiro momento pensamos que é injusto Prometeu ser punido por ter originado o bem ao homem e que Pandora é a causadora de nossos males. Todavia, ambos simbolizam o homem em sua jornada pela vida que motiva o esforço, a audácia, a atividade, e não a redesignação e uma esperança passiva de que um dia alguma força externa melhorará a nossa vida. Não! Isso tudo é existencialismo, o homem é o responsável pelo seu destino, ele que modelará a sua vida, que será senhor ou escravo, dependendo apenas de suas concepções e afirmações perante os desafios encontrados no caminho.

16 de maio de 2009

Não sou poeta, mas escrevo poesias; não sou músico, mas escrevo músicas; sou humano? ah, demasiado humano...

Efêmero desfrute do ideal
(Für A.)

Durante toda a tua juventude
Formulaste ideais em plenitude
Um deles se transformou em um tesouro,
Mas não sabias se a terra tragou-o

De repente, tu encontraste uma trilha
Que te leva p’ro tesouro sonhado
Por infortúnio, não podes segui-la
Não lhe importa teu esforço que é tentado

Teimoso que és pelo teu nobre ideal
Que te satisfaz a existência banal
Esforças-te com todos os teus recursos
Chegas a fitar o sonho no percurso

Agora é o platônico que se arredia
Tu morres na travessia da utopia
Ou satisfaz a tua mediocridade
E vive a tua árida realidade

Metafísica, ilusão e força motriz
Apenas contemplação, e sede feliz
Ou suportas a origem da falência
Com o consolo desta decadência


Talking in roses

Living state of euphoria, fleeting
Chase, whatever the victim to hear the sound
Illusions are made of dreams, fugacities
Wake up, this life is real and still it's hard

Never find the plenitude
Searching for skills, essence, ability
I just need some attitude
Satisfaction, not my place

Digging, I remove all these issues
Learning, less complaints, more advices
Buildings, ramdomly created
Never it's time to crawl or to soar

Always seeking loneliness
The Mountain is my shepherd, guide, shelter, hide
And then I find the emptiness
Rising's spirit is a fate

Talking in roses, it spoils the shown process
Back through the thorns, there stands the gain
Talking in roses, it's like a coat of foxes
Back through the thorns, it's not struggle in vain
Embrace a easy life
Embrace a heavy life
Matter of choice
Matter of chance
(It's only a matter of life)
(What matters is your life)

Living - Fleeting
Illusions - Confusions
Chasing - HEAR THE SOUND
Wake up - WAKE UP!
Digging - Removing
Buildings - Creating
Learning - Complaints, Advices!
Never - Not crawl or soar

A.Nor.Mal.Idade

Sobre o nome do blog e a intenção de criá-lo:

Eu sempre gostei de trocadilhos, desafia a nossa mente e nos faz rir. Há algumas interpretações óbvias: anormalidade, a normalidade, a normal idade. Mas também faz referência ao meu nome, André Nör, aplicando à qualidade mal, porque sempre fui contra os interesses populares e sociais, sou um questionador das convenções e da moral dominante. Não que isso passe uma conotação negativa, mas basta não querer ser querido, para todos olharem-me "atravessado".

Minha intenção com o blog é apenas ter um local onde colocar as minhas ideias, afinal sou solitário, sem contatos que me estimulem a produzir profissionalmente obras acadêmicas, artísticas, filosóficas, musicais, etc.

Como sempre, tenho que tomar a iniciativa e ser autodidata em conseguir as coisas, em guiar a minha vida. Mas isso é do Zeitgeist, tornou-se chavão, mas espero ter algo autêntico a dizer aqui, apesar de saber que praticamente tudo já foi pensado e publicado. Por isso, hoje, é só status o que todos querem, aquele que explorar melhor o monte de ideias que transborda na rede e na sociedade, colocando uma bela roupagem e despertando a vaidade nas pessoas, terá a sonhada fama. Taí, vaidade, uma coisa que não quero com este blog, até mesmo porque ninguém irá ler minhas confusões. Estou como sempre, filho único, a conversar sozinho.

Mas como o nome blog sugere, isso é normal e anormal, dentro do espírito de minha idade. Minha existência um dia se justificará? Por aqui com certeza não, talvez eu apague tudo porque a vida não deve ser lembrada, deva apenas ser vivida e experimentada, não é nostálgica, mas teimamos em relembrar dos tempos de vigor físico e intelectual. A vida é leve, dura e doce; o inferno somos nós; o que pode dar sentido à vida?
.
Só choro existencialista, afinal, a ignorância é uma bênção, não se sofre por não saber. Mas existencialistas que somos, desejamos sempre mais e sofremos sempre mais, queremos saber, queremos segurança, queremos felicidade. Mas que paradoxo, a felicidade consiste no duelo, em superar o sofrimento sem saber do exterior, mas apenas do interior, assim não nos tornamos homens, ficamos apenas como máquinas comandadas por alguma força microscópia. E não me venham falar que a ciência vai resolver isso, com suas fórmulas mecânicas e com seus placebos "marketizados". Isso nunca curou a angústia humana. Só a aumentou, ao afirmar que as coisas são possíveis.
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São muitos conflitos e eu é que não vou resolvê-los para você. Não consigo resolver nem para mim, só aprendo a administrá-los e a um dia sonhar em compartilhá-los com alguém que queira viver essa jornada junto comigo. Pois isto é fato, a felicidade não existe enquanto não compartilhada.
_
Vítima do dualismo
(Augusto dos Anjos)
-
Ser miserável dentre os miseráveis
— Carrego em minhas células sombrias
Antagonismos irreconciliáveis
E as mais opostas idiossincrasias
!
Muito mais cedo do que o imagináveis
Eis-vos, minha alma, enfim, dada às bravias
Cóleras dos dualismos implacáveis
E à gula negra das antinomias
!
Psiquê biforme, o Céu e o Inferno absorvo...
Criação a um tempo escura e cor-de-rosa,
Feita dos mais variáveis elementos
,
Ceva-se em minha carne, como um corvo,
A simultaneidade ultramonstruosa
De todos os contrastes famulentos
!