Jovem Velho
Não queria aparentar tolice
Mascarada insegurança em sisudez
Bem, alegria é para os afeminados;
A circunspecção como sensatez
Não se gosta, teme os outros,
Sempre melhores; insatisfeito.
Eis que se torna o que então temia,
Mas não findam os seus defeitos
Faltam aventuras, provas, brigas,
Comunicação e um ermo mestre
Solidão tende ao solipsismo
Ele insolidário e implacável cresce
Não se é pleno e nem engajado
Vê que ninguém lhe dá os conselhos
Sábios e tão comum aos mais antigos,
Enquanto isso, caem os cabelos
Política é votação, apenas
Em relacionamentos é tatu
Percebe seu erro, redireciona
E desmistifica seus tabus
Senso comum é para incautos
Deseja estar preeminente
Como não nasceu em berço de ouro
Pequenas vitórias são suficientes
De questionável beleza, pensa
Os fracassos e a timidez alertam
Que a vida passa e nada é de graça
Coração e estômago não mais apertam
Tédio, frieza e razão: assassinos
Dos envolvimentos febris
Derrotas destroem obsessões
Que havia em tempos juvenis
Encontra um refúgio cultural
Refugo projetivo da infância
Seu jeito de ser apreciável
Resiliente ego infla e amansa
Tentam lhe convencer: é vencedor!
Porém é um bagre e não tubarão
Não se convence; viver é sofrer,
E a ignorância é uma baita bênção
Infeliz mente inquieta, todavia,
Pior seria no sossego frugal
Imenso, pois, é o mundo, ele, poeira,
Que se esvai na ampulheta de areia,
Só que a megalomania é seu mal
interessante o poema, um pouco diferente de outros tipos de poemas que estou acostumada a ler.
ResponderExcluirse quiser, acesse meu blog de arte obscura http://artegrotesca.blogspot.com