26 de maio de 2011

Seu Peru não morreu!

Espírito Anão

O anarquista narcotizado,
Com seus olhos de defunto,
Trazem-no almas levianas
Mais o espírito anão

Ser, estar e parecer,
Em repouso permanecer.
Transeunte em ligação -
Predicados prejudicados

Locução, ora objeto direto,
Ora diretriz indireta;
A gramática, enquanto tal,
Tornada sintaxe fatal

O ímpio ignora a gnose,
Vez não ser um asceta.
A seita aceita o agnóstico:
Ceticismo profético

Mentes versadas aprendem
Semântica ou semiótica,
Mas robôs, zumbis e autômatos
Não apreendem a eubiótica


Maturidade não sobremaneira

Pensa-se que se é, pode ser,
Em parte se é, só, mas não o todo;
Ademais, se é a menos, ou a mais.
Julga-se do mármore ou do lodo

Menos reclamações, mais conselhos,
Impaciência perdida, por apelos.
Uma discussão não é para ser ganha,
É para embasar futuros argumentos –
Acumulações em processamento

É sério, firme e confiante
O equilibrado circunspecto
Da diplomacia agora amante
Adquiriu luzidio aspecto

Se disser possuir pleno exercício
De suas mentais funções, equivoca-se;
Erra, então, em seu lugar recoloca-se,
A hora de aprender é nesse interstício

Como se livrar ou se lavar,
Ser autônomo ou ser autômato
Se para nós não há sol a sós?

Oh, ledo e tolo independente,
Somos da dependência carente.
Com responsabilidade existencialista
Da sociedade o progresso assista

Porém, ‘inda insistem em lhe dizer
A tomar o caminho da virtude:
Os grilhões da moralina habitual
Todos os papéis sociais urdem

Cresce, a inocência cessa de ter
E a alegria da ignorância juvenil.
Labutou, inferiu e se precaveu,
Cidadão feito, seu sonho fugiu!

Negou, renegou e relegou
Ao subsolo as intempéries.
Foi dialético e se felicitou
Com as recém contraídas peles


P.S.: 2 anos de blogagem. Oba!...

18 de maio de 2011

Hatred is all around

Administração da Raiva

A raiva, o ódio pelo sofrimento
Erupções: externar o peso alivia
Pressões irrefreáveis dos tormentos
Única saída é pela rebeldia

Batalhas internas, explodem granadas
Respinga a violência em pessoas paradas
Ofensa, injúria, heresia e grosseria
Insolentes agressões feito epidemias

Alegria esvaída em ruínas
As catástrofes autoritárias
Aviltam a elite, agora pária
Triste derretimento da platina

Ser vil não pode ser conveniente
Quem é com a derrota conivente?
Saber perder e se manter sereno,
Somente o monge está sempre vencendo

Impropérios ditos fora de si
Provêm as desculpas e os pesares
Por vezes falsos como os dos farsis
Encosto é embuste dos populares

Quais dos objetos é a causa da raiva?
Qual ressalva é para manter a calma?
Os valores impedem a venda d’alma
Contudo, ainda cai a pesada saraiva

Instinto hostil e rude erode e domina
Perverso tal qual o sol sobre a melanina
Embrutece, envelhece, aquece e apetece
É-nos, porém, indispensável alicerce

O que faz animar a explosão incendiosa?
Justifica-se a detonação insidiosa?

A paz é sempre preferível à guerra?
Pretere-se a que menos potência emprega
A vida vilipendia o odioso homem
Que esse fastidioso as parcas assombrem


P.S.: Tudo isso para dizer "Puta que o pariu, vai tomar no cu!"