9 de agosto de 2012

O homem só ensina bem o que para ele tem poesia


Em redes não mais

Em redes de pesca, redes imperiais
Em redes virtuais, ditas sociais,  
Tecem as aranhas teias exatas,
Filamentos invejados por engenheiros,
Com materiais tão banais valorizados,
Pois o sistema inspira e dita o que é bom;
Hoje o Deus louvado é bem gordo,
Não cabe em si após tralhas juntar

Já os invertebrados não notórios
Vagarosamente copulam,
Parindo randomicamente
E infestando o dorso de mulas
Inadvertidas, relincham a quem se lixa

Insetos sociais vivem para a rainha
Inchar, violentar e hierarquizar
Até, enfim, sua princesa herdar
Essa coroa subterrânea de lama
Amaldiçoada por quem não for usar
Esses requintados adornos, em fé –
Simbolismo difundido por Josés

A rainha de copas de Alice
Assombra coelhinhos no epílogo,
Que já sofriam com lendas caboclas
Seu papel: aterrar nossos tímidos.
Góticos se enlutam, vacilam e soluçam
Xarás diferenciados de penas se enfeitam
Parecer frígidos todos evitam,
Nessa amálgama de faces pintadas
       É a solução camuflar

Como se ocupassem o banco dos réus
Desenhos animados em peles
Já sem espaço para a livre expressão
E argolas inoxidáveis em poros
Com aberturas deveras transigentes
Sorriem de volta a rostos fechados;
A simpatia substitui olhares no breu
E condensa peremptoriamente
Esses ares austeros,
            tão fugidios

Tentando ser porta-voz ser da geração
Que muito grita, comunica tampouco,
Ao menos um loquaz membro atento:
         o locutor,
       que escarrou em prosa
Seus ilegíveis versos soturnos,
Deixando a desocupados compiladores
Da posteridade
                          o retrato da época;
E quem se beneficiaria com seus relatos
Lotado passou, tão imune, tão vago,
            Feito vaga-lume em festejo.

Em São João os fogos não atordoam,
Não mais.   
Rapaz?  
Não mais...

Obs.:  Fase poética a minha,
     quem vai nu caminhar
  sozinho nunca irá caminhar

8 de agosto de 2012

Poesia é para ser dita, não lida


Sardinha

Explodiam sardinhas enlatadas
Microondas é uma caixinha imprevisível
Não deixem seus fedelhos manuseá-la
Mas toda criança adora apertar botões
E atirar pedregulhos com estilingues
Afugentando passarinhos e bichanos

Apesar de a maioria categorizar
A maldade é um juízo moral
Se a praticamos é por ignorância
Porém todo mundo foi contagiado
Viver é sobreviver, que é atropelar

Parasitismo é constante natural
Pratique-o, usufrua-o, releve-o
Beije seu calmo hospedeiro,
Acaricie seu verme infeliz
Revele a mais íntima das preces
Esgotadas por falta de uso
É nosso padrão (ação por osmose)

Lamente após, derramando todo o sal
Constante nas lágrimas sangrentas,
Contudo vitais, ou capitais
Apenas se vão o que nós esquecemos
E as oportunidades não agarradas

Garras de presas apressadas
Descuidadas com as viseiras bem vazadas
Vasos de imberbe, de sangue inerte
Pés gelados – defunto distraído
Diante do corpo sem vida esta fez sentido

Lá a sirene grita, quer chamar atenção
No meio da gritaria da urbanização
Há Pelés e Sennas e Gugas
Que sonham em se firmar no esporte
Simplesmente arfam, e buzinam
Na cidade; ninguém se importa
Exceto quando um deles assassina

E o vendedor de pescado fresco
Esperneia e repete os chavões
E suporta o chato a seco
Fora do rio sempre há calor
Que só é refrescado por sacolas cheias
Só queira a cheia que cheira

As donas-de-casa sustentam a nação
Com primazia suposta da economia
Especialistas objetivos insensíveis!
Onde está a integral explicação
Que eu aprendi desde cedo a aceitar?

Descubra a sardinha espinhosa
Seleciona e retire as espinhas
Ou engula-as, sufocando gentilmente
Uma hora o coração não baterá
Mesmo, que você não possa comprovar
O mesmo que contemplar róseas rosas
- Espero que sufoque sinceramente

4 de agosto de 2012

Só Conto com VogOl


Comodoro Rondon, o ortodoxo mor, pôs no colo Bob do olho torto, o nono gnomo. E no monólogo, o conforto foi o sonho do prof.°, tolo Lord do povo bronco.
Ponto pro corso, com o gogó fez som do toró no porto do Congo – sopro roxo.
Forço o ponto morto do coro, solto o nó dos seus pomos, forjo logo o nosso prólogo, dobro J. Boscos no torso e corto foscos moços. Gongo: voz no tom, Dodô! No dó, não no sol!
Já tonto do sol, com dor, sofro por Bog (novo God dos ogros). No Box o cocô do Goro não foi odoroso; por Fobos no Orco, que tombo doloroso...
Sem nosso longo mojo, nós todos somos bobos e cômodos.
Como ovo de corvo no morro dos Xopotós, pois moro em Comodo.
Como hot dog chocho ou bolo com molho de mocotó do John (o morfólogo probo), tão gostoso! Como no forno o cotoco tem gosto bom, roo o osso do porco. Só o pombo gordo deu nojo. Xô, bolor com odor de bromo! Zonzo por mofo, rolo.
Oponho on e off: ozono é on, fóton é off. Podo-os e morro no toldo solto.
Com dons ponho o dobro do cosmos no lombo.
Nos ombros do ostro Gorpo posso pôr loló, é o modo Cocoon do lôro do Bozo – um log do torpor.
Rodo de Golf com o cosmólogo que gosto e topo ir pro show do Bono Vox em Foz. Ver cornos tontos por socos no pogo deu dó.
Polos opostos: torço por pop sob o rock, vosso xodó.
Jorro fogo por poros no nosólogo Jô, com posto em Tororó.
Tomo no copo gorós e zombo do rosto dos bocós: robôs toscos num domo.
Jogo na Loto, rogo dois prós; oh, no! Oco, oco, “lôco” como os godos, boto fogo no bongô e movo o dorso do “dotô”, o zoólogo zorô.
Que o Zorro pomposo, tocólogo em Homs, vá com vovô e Bozó no vôo, sob fog, dos Woods. Pronto, vovó, foco no cós, OK?!
É gol do odontólogo Jó, da cor dos obongos e rolo da Ororo.
Somo combos no solo do dojo, ao som do ronco do gobo, e com dolo soco no coco do homo com bojo de pompom. 
Totó foi com o bombom pro topo; volto e ploft!, só gomo de lodo. Molho o rodo e monto rolos homólogos a tocos de cromo.
Os lobos são fofos no zoo, e fogosos em Soho, no horto da Ford.
Compro o nono tomo de Gogol, book top! Por votos, dôo tal book pro oclófobo Tom, e folgo no golfo, sem job, com food, so good!
Fodo no octógono o potro e no poço, o polvo; por Fox eu gozo – pornô gonzo.
Se for ao fosso poroso posso ter mols de boro. Dobro meus bolsos e folgo do trono.
o
O
Obs.: Como não foi possível escrever frases compreensíveis apenas com palavras com O, usei o mínimo possível de monossílabas com outras vogais, como: a, de, sem, não, são, é, da, ir, já, etc.