21 de abril de 2014

Conseguirei dizer adeus?

Vingança ao matraca

À sua volta tudo brilhava
Muitos puxa-sacos e convivas
Como se o sorriso transmitisse ouro.
Era sempre um hit a sua trilha

Ter sido criado por avó
Entortou essa criança,
Pular uma geração só
É de imprimir anacronismos.

Sem respeitar jovens nem os velhos
Fazia estragos nas filhinhas
Dos bons sujeitos e da ralé,
Baforando o seu fuminho
No bem-bom dos cabarés.

Mas malandro que é malandro
Sempre tem a sua fezinha
Depositada em seu santinho
E em sua ambígua jogatina –
Traz bonança e traz desgraças.

Contraiu tamanha dívida
Que de perto sumiram todos;
Solitário e faminto
Caiu ébrio em boca-de-lobo.
 
Quem dele sofrera danações
Se juntou a vários outros,
Foi tanto ódio acumulado
Pouco tardaria o malogro
Sobre o matraca agora quieto.

Do cavalo baio veio abaixo
Para nunca mais exibir poses,
Foi torturado e fustigado
Sobraram três míseros dentes.
De cidadãos hoje ele foge...

Sabe, a vingança não é maligna
É o maldito que se resigna

√α.θ+∆ε

P.S.: Não estou mais motivado a escrever, penso que o ciclo deste blog já fechou. São praticamente 5 anos de expressões pouco apreciadas por seis mil visitas. Tentarei dar um fim às poesias, pois neste momento estou me dedicando simplesmente em compilar a pilha poemas publicados, a fim de botar alguma ordem e extrair disso alguma mensagem e sentido. É claro que encontrar sentido em nossos atos é tão subjetivo quanto interpretar arte, mas é o que podemos fazer, afinal linhas retas só existem na geometria e não vivemos como geômetras, ao contrário do que almejavam os platônicos.
É provável que prosseguirei escrevendo por aqui, porém com a cabeça mais preocupada em outras coisas. Tentarei postar somente o que realmente for importante, suspendendo a escrita dessas poesias, que aparentemente até então foram valorizadas apenas pelo escritor; eu já compus quase duzentas, das mais variadas formas e dos mais diversos assuntos, com muita e com nula mensagem. Nada sei sobre a possibilidade de abandonar essa veia artística, só sei do meu intento. Prevejo 1 ou 2 posts mensais, o que será bom para eu me dedicar a algo mais elaborado – e útil? Quero também focar em minha vertente musical, que afinal de contas a música é meio que substituta da poesia. Na verdade não é um adeus, é um "vai dormir".
Qualquer novidade eu informarei aos quatro ventos do mundo virtual. Ei, já escuto um feedback: sssh.. shhhi sshhhiu. ssshhh shiiu... 

9 de abril de 2014

Pode dizer muito ou não dizer nada, a isso se chama afeto (pathos)

Resumo da Ópera Maltrapida

Eis-me aqui de novo,
com o ouro de tolo
e a bocarra escancarada,
Girando para esquecer
limpando para atenuar
lavando pra se aliviar
refletindo pra se erguer –
Mais outras bobagens de teorético.

Ah, falsidade dos civilizados
A tortura de sua cortesia 
é dos injustos a vitória.
Se Deus existisse o mundo seria bom
Como podem ainda crer?
Há somente uma resposta:
pela esperança –
Grande faca de dois gumes.

É que ele voltou com tudo
(o tédio velho de guerra)
Ficamos de saco cheio,
se ganhar ou se perder -
Fastidiosa indiferença...
Sim, o prazer nos atrai,
mas a dor não incomoda!

A fuga é das pessoas
São perguntas demais
e cobranças demais
mas ouvidos de menos
Só pagando um terapeuta
para se fazer ouvir
Que se dane esse ombro amigo,
pois a amizade é gratuita –
ou quase isso!

-|\|\|/|/\. 

P.S.: Ando sem vontade e sem tempo para escrever um texto mais construtivo, interessante e filosófico. Mas ideias existem, encapsuladas na cachola!

6 de abril de 2014

Não vale nada, que não valha nada


Soneto Lento

Aproveito o dialeto do gueto,
Em respeito aos acentos e enxertos,
Com gestos de lamento, ao relento
Acerto os efeitos, não me apoquento.

No momento, em seu leito Zé Roberto,
Sempre tão quieto, atento e circunspeto,
Tem trejeitos de mero bobagento –
Presto alento de Hefesto, o nevoento.

Ao bisneto de Humberto empresto um cento
Do afeto rarefeito de São Bento,
Sujeito tão correto e tão direto.

Contento, em proveito dos lamacentos,
Vou de peito aberto a meu neto Alberto
E leio o Teeteto entreaberto.


Palindromania
Anotaram a data da maratona:
Zé de Lima, Rua Laura, Mil e Dez.
Irão eu e o Ari
Mais eles iam,
Saíram o tio e oito Marias

O namoro romano:
O lobo ama o bolo.
A, diva em Argel, alegra-me a vida!

Assim a aia ia à missa
Nem amen
Só foi no medo, o demônio Fos
(Radar)

O breve verbo
‘O galo ama o lago’
É
O cavaco
E esse é
A torre da derrota.

Ama, dama
“O céu Sueco”
Socas-soco Cossacos

Somos
Ovo novo,
A droga da gorda –
A cara rajada da jararaca

Osso posso
É oboé;
A mala nada na lama...