6 de abril de 2014

Não vale nada, que não valha nada


Soneto Lento

Aproveito o dialeto do gueto,
Em respeito aos acentos e enxertos,
Com gestos de lamento, ao relento
Acerto os efeitos, não me apoquento.

No momento, em seu leito Zé Roberto,
Sempre tão quieto, atento e circunspeto,
Tem trejeitos de mero bobagento –
Presto alento de Hefesto, o nevoento.

Ao bisneto de Humberto empresto um cento
Do afeto rarefeito de São Bento,
Sujeito tão correto e tão direto.

Contento, em proveito dos lamacentos,
Vou de peito aberto a meu neto Alberto
E leio o Teeteto entreaberto.


Palindromania
Anotaram a data da maratona:
Zé de Lima, Rua Laura, Mil e Dez.
Irão eu e o Ari
Mais eles iam,
Saíram o tio e oito Marias

O namoro romano:
O lobo ama o bolo.
A, diva em Argel, alegra-me a vida!

Assim a aia ia à missa
Nem amen
Só foi no medo, o demônio Fos
(Radar)

O breve verbo
‘O galo ama o lago’
É
O cavaco
E esse é
A torre da derrota.

Ama, dama
“O céu Sueco”
Socas-soco Cossacos

Somos
Ovo novo,
A droga da gorda –
A cara rajada da jararaca

Osso posso
É oboé;
A mala nada na lama...


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