Possibilidades
Possibilidade :
Tangibilidades e anormalidades
Agora não sei o que eu vou ser
Em cima da prancha, acima do mar
Depois me decido, quando crescer
Velho ranzinza, igual a meu pai?
Perdeu os cabelos, só fez reclamar
Tangibilidade:
Anormalidades e possibilidades
Embora eu não saiba o que é vencer
Me dá a luz do sol indicativos
Prossigo na sombra, sigo na fé
Dou minhas pausas, de ferro não sou -
É quando refletir atrai o alívio
Anormalidade :
Possibilidades e tangibilidades
Deparo-me com outra encruzilhada
A hora em que eu me sinto mais vivo -
Não é momento para piadas.
Faço as pazes com o grave destino
Nós prosseguimos sorrindo, e
altivos!
Ser néctar e lava
Sendo abelha o tenaz
homem
Transporta o néctar
seminal
De flores sensuais,
então
Poliniza, dissemina, fragmenta-se.
Poliniza, dissemina, fragmenta-se.
Dos gregos as
estátuas e as peças
Do teatro, a céu
aberto
Restam só os
fragmentos
Há para o homem
moderno alguma grande diferença?
A mudança é na
grandeza,
No valor da história
e na beleza.
A criação é
inconsciente nas mais vezes
Não pertence ao 'eu
maníaco '
Mas à soma de
refluxos,
Quando x dá lugar a
y,
A seguir
desaparece...
Mini mudanças
preenchem o Ser,
Que culminam em sua
sucessão
Outra roupagem, em
outro contexto,
Mas nunca deixa de
ser o que se é.
Sendo por fim vulcão
o homem
Tem na lava a sua
essência,
Não no visível ao
longe :
Cratera imensa
assimétrica.
Meu sal
Não sei se a digníssima
Vai ser do bem ou se vai ser do
mal
Apenas o que sei
Não pode ser ela um tipo
normal
Sou capaz de esperar
Meses para ouvir sua terna
voz
Naipe mezzosoprano
Toda frase dela, um veludo em
dó
Será meu sal da terra
Dará sabor a tudo q farei
Vou ter pão, a comida
E quando acabar vou pedir
replay
Ao receber trocados
Todos os meus segredos vou lhe
abrir
Pedindo uma palhinha
Da música da vida, bem-te-vi
Olhar de granizo
recebo o teu gélido
olhar
Como um granizo
acelerado
que me atinge, sem
perdoar.
Deveria ser um crime,
auxílio ao suicídio
Desprezo que não
redime...
Eu só existo agora em
vídeo.
Longe
Eles vêm com
explicação:
é causa-efeito,
causa-efeito
Mas nem sequer
chegaram perto
do meu partido
coração.
Acabarei numa rotina
para manter a mente sã
Por ora, por aqui
flutua
Minha alma, feita
bailarina.
Para bem longe voarei
Que seja apenas
fantasia
É o que exige minha
moral.
Se junto dela eu viro
um rei
Longe dela, já sem
coroa
E sem um trono, sou
anormal.
Janela da alma
A janela da alma pode
camuflar o que há casa,
não falo de óculos nem
vendas,
mas dos olhos de ressaca,
que de forma irresistível
o padecente amante enredam.
As lívidas olheiras
sob olhos enigmáticos
são o efeito do cansaço
após tanto encantar,
tragar e seduzir,
como um forte e terno abraço.
Sempre é um risco a tentativa
de decifrar essa esfinge
que pune hesitantes e
ousados,
pois só pulará a janela
quem for o mais perspicaz,
sem acabar-se machucado.
Vulgar
Não bajulo ídolos com dente-d'ouro
Não me ajusto com crápulas de
Armani
E nem seduzo a oca madama
infame
Sei que ama a multidão da fama
os louros -
São todos heróis de
meia-tigela
Que o vulgo, feito trator, vem,
nivela.
Despedaçado no espaço
Ele tinha uma mente
brilhante
Mas seu coração
deveras errante
fazia com que ele
se perdesse entre o tudo e o nada,
no infinito e sua longa estrada.
se perdesse entre o tudo e o nada,
no infinito e sua longa estrada.
E foi assim, de ideia
em ideia,
de contextualizações
a pirações
Descobriu ele o ponto
ideal,
seu algoritmo de
sucesso:
Na incompletude do
trivial.
Durmo na cova
O amor se foi
É o tal mundo burguês
Preenchido por Góis,
Yuppies e filisteus.
Acordem-me da cova
Quando for boa a moda
De declamar as trovas
O amante, que elos solda
E sua bela amada louva.
E agora, mané?
Agora, que a minha
grana tá bem curta
Não consigo descolar
nem uma puta
Falta até para o
espaguete
Agora, que as minhas posses foram embora
Eu escuto só: vai, senta e chora
Minha mulher só quer num flat
Agora, que as minhas posses foram embora
Eu escuto só: vai, senta e chora
Minha mulher só quer num flat
Agora, de aparência
desiludida
As roupas todas bem
fedidas
Um mendigo nem me
pede
É hora de acabar com
a ignomínia
Vou provocar o pior
tira
E me tornar mártir na
rede
Agora não há mais
qualquer agora
Escutou bem, minha
senhora?
Agora não há mais
qualquer agora
Pois a minh'alma deu
o fora!
Rainha da deprê
Ela se vê mulher demais, profunda
Mas repete falas de
tablóide
Sempre pede: toca um Pink
Floyd
Nem sequer sabe o q é ummagumma
Acho q devo ir, tentar a sorte
Sair por aí atrás de uns
rostos
Pois juntos mais algumas
noites
Um de nós visitará a morte
Eu tentarei manter-me sóbrio
Sempre ouvindo a voz do meu
mestre
Pra não acabar num lance
imóvel
É o meu adeus, rainha da deprê
P.S.: Será este blog
Jason, o renascido do inferno? Só o futuro dirá. Até lá mais uma vítima
morrerá!