8 de outubro de 2010

(um pouco de) Raiva

Muita gente no mundo

Não se pode viver sem respirar
Sem comer, se proteger, ou se cuidar
Tudo bem fenecer quem não preservar
A muitos é um fardo ter que pensar

Seja por questão moral, ou social,
Eles só pensam na própria redoma
Indômitos ao descaso ambiental
Insustentável práxis. Surge a agonia.

Queimam, corrompem, destroem
Mais aqui, mais ali, é sem fim
Terrenos, sistemas, os planetas
Não há praga que seja ruim

Superpopulação
É aniquilação
Insana nutrição
De espécies extinção

O irresponsável é intolerável
Muitos direitos e poucos deveres
Vão os governos provendo poderes
Compõem sua massa de psicopatas

Acabou-se o paraíso na mata
Selva de pedras, uma desgraça
Quanta natureza para usurpar
Eis o esbanjamento assassino

Pré-histórica nostalgia
Lógica e a tecnologia
Em exponencial expansão
Nós, desmedidos cupins

Superpopulação
Aniquilação
Insana nutrição
De espécies extinção


eƏ€ẹẻẽếềểễệәєёзэεέǽœěęėĕē

Cores cadavéricas

Ouvia-se o coro
Em vestes de couro
Em cor de coral,
Ou de falsa coral

Corais sem sabor
Em águas hostis
Definham igual
Em pares acinzam,
Em mares sem naus
Pilotos alijam

Jogam malabares
Preparam ardis
Devem decorar
As rotas do mar

Há mortos a decompor
Nos corpos não há mais humor
Foi arrastado Heitor
O teucro perdeu seu calor

Espere um segundo
Profunda essa dor
Segue-se o imundo
Que infunda o vapor
Nas viscosas entranhas
Do furioso cadáver
Nada ele estranha,
Sua peculiaridade

Há de haver, há de rever
Perspicaz conhecimento
Deste semblante informe –
Há no angular momento
O intento de jugular
Deformação singular

Os mortos irão decompor
Nos corpos se foi todo o humor
Extasiado Heitor
O teucro já sem seu calor

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