3 de setembro de 2011

Sem títulos, há algum tempo

Tautologias

As pessoas são diferentes, elas divergem, distinguem-se, a discrepância idiossincrática torna-se mais saliente à medida que são vistos e analisados os detalhes (microcosmo). Há gente, ou agente, que é cortês, gentil, aprazível, empática e educada; há, ainda, aquela que tem interesse espontâneo, é prestativa, obsequiosa e civilizada. Por outro lado, existe o sujeito egocêntrico e incivil; insolente e narcisista; áspero, ignóbil e vil; severo, abjeto e personalista; tosco, grosseiro e ríspido; primitivo, sórdido e estúpido; rude e de difícil trato social; enfim, desabrido, estabanado e boçal.
O primeiro indivíduo deve criar casca e invólucro, isto é, revestimentos, ao surgimento de desventura e desastres, à apresentação de tragédias (que aflição), ao aparecimento de infortúnio e desgraças e à manifestação costumeira da má educação, enquanto a outra personagem deve reduzir sua arrogância, soberba e desdém, aprender sobre simpatia e apreender a alteridade. Vejam, ao ser útil a alguém evita-se uma calamidade.
Todo humano carrega a sua própria história. As decisões tomadas e os acasos levaram cada um à sua atualidade; que não restem desculpas mas responsabilidades. Até o ocaso! Compreender os motivos por trás das visões, noções e conceituações pensadas, imaginadas e sentidas por cada pessoa facilitará o convívio e as relações. Abandonem os arpões...


Androginia

São tempos confusos, há androginia:
Mulheres se tornando masculinas,
Homens de aparência tão feminina.
Contudo, cultivo a filoginia

Fora outrora sagrado o hermafrodita,
Mas agora deixa a sua mãe aflita,
Assim como os burlescos travestis;
Haja maquiagem para o zumbi!

A amarga aspereza dos machos une-se
À vaidade das fêmeas, muito forte.
Agir feito avatar se tornou esporte
Até seria legal, se alguém risse

Obnubilado mundo, em difusões,
A subterfúgios superficiais,
Sem exposição do íntimo, banais,
Vão esses levianos, a tropeções

Há um certo medo em ceder confiança
Dizem, afinal: “O inferno são os outros,
A reciprocidade é uma ignorância”
Compreende-se como são os canhotos...

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