Frígida
Num coração tacanho
nenhum amor faz lar
Lá a soberba é tamanha
que só pode uma frígida
em contento morar.
Vulgar
Não bajulo ídolos com dentes d’ouro
Não me
ajusto com crápulas de Armani
E nem seduzo a oca beleza infame.
Sei que ama
a multidão da fama os louros,
São todos heróis de meia-tigela
Que o
vulgo, feito trator, vem, nivela.
Papo mole
Toda pátria é estranha
Pra quem não tem a manha
De arrumar seu cumpadi
Na lábia; papo mole
Que um tonto sempre engole.
Durmo na cova
O amor se foi...
É o tal mundo burguês
preenchido de Góis,
yuppies e filisteus.
Acordem-me da cova
quando for boa a moda
declamar suas trovas
o amante, que elos solda
e sua bela amada louva.
Mãos no queixo
Eu vejo na menina mãos no queixo
Logo
percebo que ela está tristonha
Conta a mim: estou esperando a cegonha
Mãe
solteira, não terei do herói o beijo.
Sacou?
Disto os tiranos não se convencem:
Minha liberdade não pertence
Só a mim ou aos meus parceiros
Ela é para o mundo inteiro,
Por ser indomável e oportuna
Ao chegar confunde, pois é bruma.
Coração de poeta
De amores platônicos nascem
poetas
É a mais comum forma de sublimação
Decerto, todas as damas são
incertas,
Porém nunca erra deles o coração.
Olhos de animais
Por favor, minha alma velem,
Porque meus olhos não mais vêem
a beleza oculta nos sinais
Incapaz de enxergar a Helen
me aproximo dos animais.
Danças
Quando vejo na TV antigas danças,
Inspiradas em cortejos da França,
Penso que o povo talvez fosse chato,
Seus movimentos imitavam flatos.
Sorte?
Pensa então que tem sorte?
Seu suco vende como vinho
Tanto lucrou nesse transporte
Que comprou um bom carrinho.
Mas a sorte é matreira
Por muito tempo não se engraça
Com mero vendedor de feira,
A malícia a ameaça.
Desprezos
Ela sempre o desprezou,
pois com status sem valor
não há um jovem que consiga
adquirir qualquer amor.
Só que o tempo sempre passa,
o fusquinha virou Porsche
e a florzinha tão megera
pra ser a escolhida torce.
Não tem mais qualquer valor
uma borboleta velha,
pois se ficou ultrapassada
os babacas nem dão trela.
Desejo
Desejo aos poucos e bravos
inimigos meus duras dores
da quimio cara e duradoura.
E que não lhes reste um centavo,
findando a disposição de ânimo –
esse é meu desejo magnânimo.
Cigarros & Álcool
Minha sina:
Falsa vacina.
A angústia que
trago
Para dentro
deste peito
Ansioso, enegrecido,
Onde o ar circula rarefeito,
Guarda uma verossimilhança
Com o fel, que melancólico
Se insere na
barriga
E eleva o alcoólico
Teor do sangue
Ordens do patrão
“Aqui não se admite cagão” –
É o que diz a nós o patrão –
“Quem for não ficará de pé
Até cumprir o que eu disser”
Nós rezamos “Este é meu rifle”
Babando feito um bullmastiff
Ansiando por sangue e gim,
Além da festa com Geni.
Só Pepe Legal
Passa por lá a provocativa gata
–
Os marmanjos se acham Pepe Legal,
urram, pulam, não fecham a
matraca.
Ela apenas sorri e sai do local,
deixando os galãs com suas
bravatas.
P.S.: O blog está morto, estou apenas desafogando poesias do PC.
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