Uma Psicologia
De Freud, sobre melancolia e luto
Da obsessão pessimista à perda o fruto
Superada pela literatura
Também por música ou, talvez, pintura
Nos ensinam a como levantar
Então, aprendemos a levitar
Sim, meu mundo inteiro pode cair
Mas eu não caio, não posso ruir
Há insegurança, por baixa auto-estima
Canções a contrapor a depressão
Desindividuar, essa obra-prima,
Consegue a cura e dispensa a sessão
Leveza – educação sentimental
Necessário desapego total
Apegos – depósito melancólico
Desejos degenerados em pólipos
Vento que tudo nos leva e nos traz
Induz a notar tanto esta presença
Quanto essa estranha ausência
Unidade mantenedora da paz
Exposição a traumas à parte
Sie traumen in dieser moderne Stadt
Teve a couraça psíquica adquirida
Mente insensível a choques da vida
Exigir dos outros a paciência
Sinal óbvio e claro da decadência?
Arrependeste?
Repita: ele não passa de um bosta
Esse alguém que você ainda gosta
Você não aguenta a indiferença
Preferia, pois, correspondência
No que se tornou o mundo atual
Só vê o pior, tudo lhe faz mal
Dos erros é apenas dele a culpa
No desabafo, então, tu deturpas
Fato, história que não foi ruim
Mas você diz que acabou assim
Por sua raiva tão acumulada
Do passado, agora, restou um nada
Antiga chama, não chama, ignora
Contentas-te em ter sido uma nora
E tentas, às tantas, dar o fora
Agora, chora, hora de ir embora
Isso não lhe retira o motivo
Repense este seu terrível crivo
Basta curar o orgulho ferido
Ambos os caminhos são compridos
P.S.: Por que não consigo pensar no futuro e fazer planos?
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