24 de janeiro de 2011

Você viu o poeta que teve o fim de semana?

Tragédia sob a lua

Por aqui, em nosso mundo sublunar,
Onde morri, ainda sem ter meu lugar.
Por onde as tragédias derramam sangue
E nos perseguem feito bumerangues

De atos trágicos e sanguinários
Em teatros sádicos de carvalho
Se expõe, sem atuar em palanque,
Quem carrega a tragédia no sangue

Vê e relativiza, isto me encheu:
Choros, dores, danos e lástimas.
Importa o enterro de quem já morreu
A quem compartilhou suas lágrimas

O portal se abrirá e das nuvens cairá
A água ou o sapo ou a turbina,
A inopinada ave de rapina,
A morte inadvertida te tombará

Sim! Vital luz que nunca atinge
O subsolo, o Tártaro, as profundezas,
Onde reside, e teus restos cingem,
Comum fim de quem se achava alteza
Mundo sublunar: terra para coragem.
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Enchentes

Ela, contrariada, se exaspera:
Transbordamento da paixão
Em sua urbana dança da chuva
Propícia, peculiar, faz paliação

Água que encharca que reage,
E que age no solo, e nas vidas.
Úmidas feridas vão para o túmulo
Erodido, destruído – a renovação!
Todo começo provém da partida

Sensações e motivos emotivos
Enchem, pressionam, explodem
Impossível meio-termo, é hipotermia
Os inconvenientes nos sacodem

Saturação, pressurização
Paroxismos do desequilíbrio
Lava prestes a sair do vulcão
Desta vez não servem os colírios

A onda humana não é natural
Bem como a extinção intencional
A natureza mata sendo justa
Sua enchente é o ciclo ou a reação
Já a do homem leva tudo à prisão
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Entropia Funcional

Cada união é um grande universo
Íntimo, agitado e caótico,
A entropia é seu remédio usual
A morte de um é aos outros vital –
A falência é mesmo paradoxal
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