Pacato marinheiro
A estória a seguir é de um marinheiro:
Agora sente o odor da densa maresia
Enquanto rememora os fatos, com ufania,
De quando fazia estada em navios cargueiros
Deleitava-se em vestir o fosco escafandro;
Diante da vida marinha era um assombro:
As algas, o sal, a água e seus meandros –
Cefalópodes, crustáceos e cetáceos
Retesava velas, bem aprumadas,
Acelerando o barco em alguns nós.
Gritava a seus ínclitos camaradas:
“Sintam o zéfiro de encontro a nós!”
Às ordens do insigne comandante
Empertigava-se, por diplomacia,
Mas não ao avistar bucaneiros errantes,
Pérfidos que suscitam aleivosia
Ao deglutir alimentos adstringentes,
Que irritavam sua gorja, ele finalmente
Se punha a pigarrear ou a gorgolejar,
Se não houvesse náusea, quando ia gorgolar
Se a embarcação tivesse de engolfar,
Torcia para ver os astutos delfins
E em portos délficos golfe jogar,
Então esgotado, é delfino tornado, enfim
Quando será a sua hora?
É uma pintura: risca e arrisca, surge o artista!
Quem é o maior cidadão do mundo?
Qual é o lado que me faz profundo?
Quanto tempo falta para lhe esquecer?
E quando é a hora para amar você?
Deve haver algo a mais àquele que busca a paz
Quando é pior invocar o orgulho?
Em qual lago límpido eu me misturo?
Quem é que vai a Malta para envelhecer?
Quem vê a lua nova em meio ao fumacê?
Se ela diz que sim, vem a mim um belo marfim
Como pode o mago trespassar um muro?
Quantos altos fados parecem barulhos?
Por que um homem mata e logo diz amém?
Até onde eu vou andar a fim de me aquecer?
Sei que não dura, ela acusa, escusa e infusa
Quem é o maior cidadão do mundo?
Em qual lago límpido eu me misturo?
Por que um homem mata e logo diz amém?
Quem vê a hora andar tende a desfalecer
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