9 de maio de 2012
Escuta teus sonhos, se puderes
Oniricamente falando
Não choveu enquanto chovia
E eu me pus a imaginar triângulos redondos
Isso porque meus pensamentos imperfeitos
Inscreviam-se em versos perfeitos
Perfeição do que não está acabado,
Posto que tudo é matéria e nada termina,
Os ideais são deveras ilógicos.
Se discordar, tente você puxar suas linhas
O homem entrou no buraco da agulha
E não quis mais sair daquele fundo,
Poço fundo povoado por anjos
E por quem mais puder ser mudo
Neste mundo infinitamente infinito
Já o buraco da chave não podia adentrar
O buraco da fechadura da dura porta,
Que era rangida por velhas dobradiças
Relembrando-me cânticos de missa
Forte infortúnio afortunado!
Nesse domingo avistei paquidermes:
Do branco nariz dos elefantes broncos
Saíam armas mortais a inimigos,
Mas não a protegidos de Hermes
Nem a seguidores de Orfeu: os líricos.
Ressoava a lira e se esqueciam das normas,
Sejam as civis ou as gramaticais.
Estão conservados em tonéis com formol,
Num mundo onírico, os seus cordões umbilicais
Marujos de calça curta velejavam,
Após suas moafas de rum à beira do cais,
Um barco dentro de uma garrafa
Outrora preenchida de microgirafas
O chamado traiçoeiro e sedutor das sereias
Foi abafado pelo esguicho das rajadas baleias,
O mergulhador aproveitou os jatos d’água
Para surfar sobre o cilindro sibilante.
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Jardins Suspensos em Mim
Um vale foi construído sobre prédios:
Os jardins suspensos metropolitanos.
Era agradável caminhar nesse arcano,
A floresta filtrava nossa diária poluição
Amigos desaparecidos por lá aparecem
Rinocerontes e ocapis luas observam.
Respeito e sorriso são estruturas
Que azuis e verdes conservam
Então recebi no tímpano flechada -
Aviso do que não mais deveria ouvir.
Mas batom cicatriza feridas caladas
Auto-infligidas, por timidez e orgulho
Eu deveria estar lá, e lá estou;
Cá não estou, ainda que o corpo não vá.
A mente voa veloz, projeta ali
O que aqui eu não bem percebi
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