Livre associação contra o
que pesa
O inconsciente
flui sem amarras
É o resquício dos ancestrais
E milhões de
roteiros surrealistas
Perdem seus
quadros originais
Desperta, a mente
se choca;
O tempo volta a
soprar nossas vidas
Desperdiçadas e
despedaçadas.
O real é uma bola
de ferro
Apenas sentida em
sonhos sondáveis
Na dormência o
lirismo se ergue
Ser invencível,
não é mais sujeito,
Efetiva todos os
anseios,
Do único amor
sobretudo,
Sem queixas, sem
orgulho
Livre a percorrer o
fundo
A identidade se
põe ambígua
E solvida, e
sorvida, tão ativa,
Pois seu poder não
foi confrontado
O som das espadas
no embate
Rouca garganta
após debates,
Que os rubros
olhos destratem.
Em seu peito os
cães latem, e latem
Contra as mãos que
nunca repartem,
Alegando a
primazia da arte.
Insensível, sem
risco de enfarte,
Dispensa tratar da
sua parte
Cá, mundo que pesa
e lhe trava;
LA, vidas
ideativas se jungem.
Absorto por
cobiçados quadris
Pode o impassível
sonhar
Imagens censuradas
que surgem
Insondáveis, mesmo
sob velas,
Mas os olhos se
prestam a revirar –
Monstro verde que
cava, e cava...
Histeria das amigas
- Constranja-me,
eu me curvo,
Despeje em mim
todo seu dilúvio,
Grite, para que as
demais casas
Saibam qual de nós
é culpado,
Afinal em quatro
paredes
É a vaidade
inexpressiva.
Aborrece a
distância da enseada
- Comprima,
encolha, esprema;
Escancare a
dominação.
A você a vingança
é dos fortes,
Além da repentina
emoção
À flor da pele,
Pode assim
vislumbrar flores.
Poda meus galhos
Sem cogitar que
isso fere
Teme, treme, geme,
você
Perdeu a gustação
do sêmen
E saudade sente
dos galanteios.
Compraz-se com
rodeios de outros
E o dedo em riste
me alerta:
És como poucos,
Um agressor prostrado e calado.
É a vítima arisca
quem acusa,
Em modo destemperado
Quando fala o
coração
Fugir não é uma
opção
Sob o feitiço, a
obnubilação.
O real? É só mais
uma ficção
Qualquer
discordância enerva,
Serei, para
sempre, condenado,
Por minhas razões
e reações
Não haverá juíza
Minerva.
Puna-me, Hera
megera
Estou pronto,
puna-me,
Mon amie
"A história só conta o que aconteceu e a poesia só conta o que poderia ter acontecido." Aristóteles
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