29 de dezembro de 2012

Só para fechar o ano e manter a média mensal


Em atos se fazendo

Eremita, um tanto arcano,
Escuta os prantos, soprando
Entre sapatos e panos.
Eia, de um salto entra o profano,
Errante mulato obsceno,
É ingrato, assim vai procedendo.
E sai do mato o sarraceno,
Está armado, com maça ardendo;
Entoa bem alto seus hinos.

Tem estado nosso assassino
Em estratos, vem decaindo
Espalhado, e dor reluzindo.
Eu sei como trato meu sono,
Escapei do nefasto Cronos;
Estampo no retrato o trono
Espelhado, os nobres repondo.
Ecoa seu brado o forte huno,
Ermo, revirado e profundo.

Encolheste, incauto Bruno!
Epíteto: gato ou Raimundo.


Hesitante

Hesitação, posto ser oposto
À excitação, essa vontade que arde,
É do elo excisão, está avessa a duelos.
Soberba, versa sobre equitação
Não sobe, não sente a tração;
Atração? Só por equiparação.
É o parado palhaço sob porções
De emoção, o espaço do cadarço,
Age calabreadamente.

Irresoluto, solta soluços;
Ao titubear é um tatu ao mar;
A cada vacilo acode bacilos;
Sempre incerto, suspende-se, aberto.
Sujeito inseguro, de ares soturnos,
Por seu jeito indeciso é nunca preciso,
Todos são: ameaça, vício e mordaça.
Tolo, trepida na via entupida
E trôpego se agita, já sôfrego.

Passará a vida a claudicar
Com sua triste cauda a arcar...

º°o0.
P.S.: Que venha 2013, apesar de não prometer nada.

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