20 de outubro de 2013

No Love Lost

amores de juvenil

sou telecinético
o que quero consigo
na hora, por meia-hora
foi-se embora o meu sonho,
deságuo-o pela urina.

minha musa me assassina
com ela nada que quero consigo
não chora, me parte e nem cora,
se ouve as sentenças oníricas
logo joga um balde d’água fria.

minha mãe nunca me dizia
“procure alguém como eu”.
edipianamente perdido,
sob referências faltantes,
exerci um galanteio ateu.

até pelo breu a pé passeei
é que os perrengues evitei.
Sem ter em quem tocar,
platonicamente perdido,
alguém por aí diz que amei.

aprendi as fêmeas a admirar
eu? eu não as tinha.
ego ainda incompleto
faz jus a se contorcer
‘té que se exulta ou definha.


Ela e você, nada a ver

 “É ela, é tempo, é meu momento”
Não, é sempre dela o tempo,
que para se lhe repara
E passa bem lentamente
se passa a linda seriamente.

Você quer flores mandar
Quer por rosas vermelhas
fincar-lhe marcas vermelhas, ou róseas
Mas prossegue alva, impassível,
dela os alvos dispensam floreios.

“Palpita em meu úmido peito
o que denomino coração passento”
Não recebe um alento qualquer
e pensa ter lido em olhos ocultos
a retardatária atenção.
Seu retardado, isso é tão... engraçado?

Como casal sorridente e sólido
Sonhara por noites a fio
entre os pilares do vazio
Desabe esse palco insólito!
Ela e você não têm nada a ver.

  

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