1 de junho de 2014

a-nor-mal-idade

O que é normal?

Pode alguém me dizer
o que é ser normal?
Um sujeito formal,
o ato paradigmal.

E alguém pode afirmar:
“Eu não sou anormal,
sou um exemplo moral
sem pensamento abismal”?

Poderá não exibir
comportamento animal?
Sempre haverá um decimal,
algo infinitesimal.

Tiro duas lições
da escola Gestalt:
Só vemos as partes,
pensar é à la carte.


A normalidade

Ser um burocrata
Arte das mais ingratas!
Ver a superação da rotina,
que a conta-gotas assassina,
é aspiração deveras simplória.

De algoritmos às pampas
quero fugir, resetar.
Ir somente ao que me encanta,
onde chamarei de meu lar,
não será qualquer tola vanglória.

Esse modus operandi
é algo totalmente normal,
mas cochicham logo adiante:
acho que o tal Nor é do mal
Pobre alma, Satã a recolha.

Ignorar renitentes apelos
foi em que me aperfeiçoei
E deixei de pé os cabelos
de Boças, madames e freis,
desses que perduram nas bolhas.

A normalidade, dizem, é algo do bem

Anormalidade – veja só – é isso também!

*&¬
P.S.: Ando escrevendo mais poesias, mas não vou publicá-las por enquanto, como prometi. Abri uma exceção agora para registrar que enviei uma compilações com quase 150 poemas para um editora, a fim de estrear no mundo literário com o début  intitulado A normalidade. Resta saber se irão aceitar meus versos anormais. Se receber um não, desistirei fácil?

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