O que é normal?
Pode
alguém me dizer
o que é
ser normal?
Um
sujeito formal,
o ato
paradigmal.
E alguém
pode afirmar:
“Eu não
sou anormal,
sou um
exemplo moral
sem
pensamento abismal”?
Poderá
não exibir
comportamento
animal?
Sempre
haverá um decimal,
algo
infinitesimal.
Tiro
duas lições
da
escola Gestalt:
Só vemos
as partes,
pensar é
à la carte.
A normalidade
Ser um burocrata
Arte das mais ingratas!
Ver a superação da rotina,
que a conta-gotas assassina,
é aspiração deveras simplória.
De algoritmos às pampas
quero fugir, resetar.
Ir somente ao que me encanta,
onde chamarei de meu lar,
não será qualquer tola vanglória.
Esse modus operandi
é algo totalmente normal,
mas cochicham logo adiante:
acho que o tal Nor é do mal
Pobre alma, Satã a recolha.
Ignorar renitentes apelos
foi em que me aperfeiçoei
E deixei de pé os cabelos
de Boças, madames e freis,
desses que perduram nas bolhas.
A normalidade, dizem, é algo do bem
Anormalidade – veja só – é isso também!
*&¬
P.S.: Ando escrevendo mais poesias, mas não vou publicá-las por enquanto, como prometi. Abri uma exceção agora para registrar que enviei uma compilações com quase 150 poemas para um editora, a fim de estrear no mundo literário com o début intitulado A normalidade. Resta saber se irão aceitar meus versos anormais. Se receber um não, desistirei fácil?
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