1 de novembro de 2014

Músicas (Lado A)


No livro que eu lancei há pouco tempo selecionei poemas e deixei de fora as músicas. Aproveito a oportunidade para republicá-las aqui no blog a quem interessar, deixando de fora as letras em inglês. Há as que contêm melodia transcrita e as que existem apenas em minha cabeça. De qualquer forma, quero demonstrar que além da literatura, a música é outra arte em que me envolvo. Há ainda o cinema, porém nesse caso não há produção da minha parte, mais por falta de de acesso aos meios técnicos para filmar curtas e longas do que curiosidade em atuar/dirigir mais essa forma de arte. Sem mais delongas, fiquem com as composições (não necessariamente em ordem cronológica):  
 
Mestre dos Sonhos

Doces sonhos é o que tu tens
E fazem tua cabeça girar
Teme nunca mais sentires bem
Pois te encontras em vias de pirar
Então afogas na própria mente
Esperando que as imagens apareçam
Irás torna-te um ser deprimente
Sem qualquer controle, tu pensas...

Vários fantasmas te assombram nos sonhos
Imploras por ajuda e não consegue acordar
Estás sendo possuído por um ser risonho
São sonhos impossíveis de se controlar

Achas que não passa de mais um pesadelo
Toda a verdade, verás num só instante
Ajudado por algum ser supremo
Que aparece em teu sonho constante
Odeias imagens que vês na viagem
Nunca tendo explicação coerente
Adoras tanto a visão da miragem
Que aguardas ela seja real, é.

Vários fantasmas te assombram em sonhos
Imploras por ajuda, mas não vais acordar
Estás sendo possuído por um ser bisonho
É o mestre dos sonhos, que vai te dominar


Loucura

A loucura - para o louco a cura
A secura - após a sepultura
Mordedura - modelo linha-dura
Armadura - projétil se anula

Prefeitura - muita gente adula
Atadura - antes leia a bula
A conjura - conjunto que copula
Nas alturas - o crime me perfura

Coisas demais nunca me deixam em paz
A arte desfaz - projeto leva-e-traz
O artista me faz estas coisas a mais
É a parte de trás que protege meu cais

2x:
O louco seco morde a arma
(O louco seco morde a arma)
No mouco beco perde a alma

Dura, dura? Travada feito mula
Pula, pula? Ninguém mais te atura
Jura, jura? Que um animal ovula
Pura, pura? Satisfaz tua gula

Dentro daqui não posso mais ter
Controle, ciência, dinheiro e poder
Dentro daqui não há como ser...


Ph.Deuses

- Eu estudei, sei mais que você, sou P-H-D
- Ph.Deuses deveriam, por vezes, limpar minhas fezes.
- Trabalhe, trabalhe, não atrapalhe. Paspalho, se cuide!
Trabalho, trabalho, siga na marcha, atento. Circule.

- Quem sabe, quem disse, quem manda, alguém sabe dizer o porquê?
- Em seus relatórios quero mais foco, você está aquém;
Fracasso, fracasso, serviço em nível de um cabo raso
Atrasos, atrasos, todo seu salário vale meu cadarço
Não compartilho o saber; vocês todos inúteis!
Eita vidinha de infame, seus gostos são fúteis!

- O pequeno burguês se recusa a viver como chinês
Senta-se à mesa do chefe e sente o poder de uma vez
Lei da mordaça, lei da fumaça... e bebe da taça.
Séquito bobo rindo aos montes de coisas sem graça
- Braços direitos e privilégios ao novo rei!
Mantenham o ritmo, eu é que mando, é minha a lei!

Diploma de Ph.D, licença de Ph.Deus
Diploma de Ph.D, licença de Ph.Deus

Mega, mega, megalomaníaco!
Nega, cega, veda, alega.
Mega, mega, megalomaníaco!
Nada, nada, além de um maníaco.


Malditos sejam

Verso:
Ninguém – sabe onde isso tudo vai parar (não... não, não)
Alguém – aproveita e manipula a nação (na exploração)
Sabem – os pilantras que corrompem sem perdão (sem perdão)
Invadem – minha casa e obrigam a me calar (são cães, cães)
Também – caçoam e prometem se vingar (sem noção)
Além – de jogar seus desafetos num lixão

Pré-refrão:
Nada será igual
Ele ludibriará
Espalhará todo o mal
Aguarde pelo final

Refrão:
Maldito seja quem traz o terror
Maldito seja, se ele vem, acabou
Maldito seja quem faz o furor
Maldito seja!
Malditos sejam

Verso:
Por quem – os sinos novamente dobrarão? (pelos irmãos)
Amém – cada seita jura poder nos salvar (circo e pão, circo e pão)
Ardem – os malditos que devoram corações (e que se vão)
Cantem – os rituais dos grandes índios kaiovás
Aquém – os bandidos que desejam nos roubar (cadê, onde estão?)
Vintém – pouco mais do que o merece o bufão

Refrão

Ponte:
Usam, abusam, gastam, desgastam,
Desgraçados!
Fazem, desfazem, rapam, derrapam,
Desgraçados!
Cobrem, encobrem, matam, desmatam,
Desgraçados!
Mentem, desmentem e contam descontos,
Desgraçados!

Pré-refrão
Refrão


(Rap)
No subúrbio tenha sempre seu ardil

Ando pelo bairro e paro na esquina
Está pichado o muro, maior cheio de urina.
Sigo o meu rolé, não suporto essa caatinga;
O buraco é tenso, não te explico, é só vendo
A cinquenta passos eu percebo um moreno
Chego perto dele, o malaco tá fedendo.

Nesta noite, sei, carniça é minha sina,
Parto para o bar, que o goró me alucina.
Que infelicidade, me oferecem cocaína.
Tenho cara de burguês?
Ou um perdidão talvez?
Não quero ser um freguês
De malucos, sim, vocês!

No subúrbio tenha sempre o seu ardil
É a lei da selva bem no meio do Brasil

O tiozinho no sinal se levanta, é um alento,
Dirige-se até mim, passos em câmera lenta
E pede um real, eu recuo – só lamento.
Seu bafo de cachaça não tem vivo que aguenta
A morte é mais um caso, apenas um intento.
As ruas da cidade é esse tipo que frequenta

O conselho de milhares serve de alerta
Infortúnio coletivo é o que a voz projeta
Que nosso excluído a sombra o proteja
Pois lixo voltará, no prato ou na bandeja –
Não seja o que ele enseja
E veja no que o fim despeja.
Não seja o que ele enseja
E veja no que o fim despeja.

Relaxo todo o corpo, prossigo mó intrépido,
Não demora muito, quase piso num decrépito.
Aqui por essas bandas desgraça é em avalanche
Não dá nenhuma Chance, agiliza uma Revanche,
Sou macaco velho, tenho sempre meu ardil:
Longe mês de Abril, fugidio, nem me Viu!

No subúrbio tenha sempre o seu ardil
É a lei da selva bem no meio do Brasil

Se eu fosse engravatado, fodão do Ministério,
A vida desses manos não teria mais mistério.
Retirava da gaveta plano gasto, já bem velho:
Distribuía a Renda, acabava com a Tristeza,
Não haveria um moleque sem jantar e sobremesa.
Por enquanto ele chora: ou almoça ou reveza,
Ou almoça ou reveza.

Em assuntos tolos todo povo é bem sincero
O papo é furado; lá a tia, vem com lero.
Quem dera com o tráfico grau de sigilo zero
É pow, pá, pum! Não vai sobrar nenhum...
Barbárie e violência, tretas que eu não tolero.
Ciclos retomados e infantes sem futuro.
“Um peito com três Furos, assim é que eu Faturo”,
Diz o vagabundo, com fuzil, atrás do muro...

No subúrbio tenha sempre o seu ardil
É a lei da selva bem no meio do Brasil


Muita gente no mundo

Não se pode viver sem respirar
sem comer, se proteger, ou se cuidar
Tudo bem fenecer quem não preservar
a muitos já é um fardo o pensar

Seja por questão moral, ou social,
eles só pensam na própria redoma
Indômitos ao descaso ambiental,
de tão insustentável surge sua agonia

Queimam, corrompem, destroem
mais aqui, mais ali, é sem fim
Terrenos, sistemas, os planetas,
não há praga que seja tão ruim

Superpopulação
É aniquilação
Insana nutrição
De espécies extinção

O irresponsável é intolerável
são muitos os direitos e poucos os deveres
Vão nossos governos provendo seus poderes
compondo essa massa amorfa de psicopatas

Acabou-se o paraíso aqui na mata
A selva de pedras é uma desgraça
Quanta natureza para usurpar,
é esbanjamento do lindo assassino

Pré-histórica nostalgia
A lógica e a tecnologia
Expansão em exponencial
De nós, os colossais cupins

Superpopulação
Aniquilação
Insana nutrição
De espécies extinção

 )(*&¨%$#@!
P.S.: Tomorrow comes the next part.

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