19 de novembro de 2009

Rosto e Cio.

Rostos

Ó rosto de ontem que não voltará mais
Metamorfoseia-me, e ainda jaz
Em meu corpo buracos negros não ocos
Olhos e boca transparecem o inequívoco

Multiplicidades imanadas do estrato
Traçam minha individualidade, fato
Não intacto, abstrato, contacto sem contrato

Devir impessoal, porém individual
A efetiva arte se relaciona com Marte

Território desterritorializado
Ou idêntico desidentificado
Rosto – mapa de traços compositivos
Significar-lhe procura o incisivo

Fazer do vazio espaço a ser preenchido
Entre rostos, ah, quantos desertos
Rugas – caminhos existenciais percorridos
Cada um as pinta com suas tintas
Sigo até a morte, quando não mais deserto

Visão de rostos durante uma vida
Muitos fluxos na paisagem pintada
Expressões e memórias são perdidas
A potência de afetos é afetada

O corpo, o cérebro, os pêlos, o rosto
São microcosmos humanos à gosto
Fantasia, gozo, simpatia, nojo
Retas de encontro: eu e você. Não crê?


O cio do Brasil

O cio
Um negócio
Oscilo, nego o ócio
Colosso

Eu me vicio
Meu vício –
Ofício no edifício
Difícil, isso

Néscios:
Aécio e Laércio.
É sem nexo
O processo

O vazio
Inácio
A inércia no palácio
Que crasso!

...Brasil

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