Homem Imune
Tentam imunizar o homem,
Torná-lo imune à humanização
Basta! Humanizar, sob a bênção
Dos médicos do corpo e da mente
Calmamente, não falo em alma,
Essa mandrágora dos metafísicos
A quem o tísico bate palmas
Definhando seu resto de humanidade
O que é saúde, o que é doença?
Há uma com a da outra ausência?
Retifico, é questão de pleno viver.
O são vive, o enfermo resigna-se
Homem imune aos embusteiros decadentes
Que dividem e hierarquizam o mundo
A fim de convencer que seus ideais
São sempre melhores que os dados naturais
Imunizado e, então, humanizado
Vibra o indivíduo por ser sujeito
E não estar sujeito a bem ou mal,
Conceitos sem fibra da moral víbora
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Todos nascem, nem todos vivem
Todo mundo, adiantando, nasce
E todo mundo, adiando, morre
Mas nem todos, que talvez sejam poucos
Sim, esses bravos poucos, vivem
A maioria reage ou queda inerte
‘Inda está na mecânica clássica,
Na mediocridade do condicionamento,
Desafiar criticar seria barbárie
Ah, estes abençoados pela ignorância
Iludidos, desconhecem que valoram
Não se decepcionam com sua irrelevância
O erro insiste e só aparência resiste
Não demonstram qualquer estilo
Não se arriscaram na improvisação
É conveniente ser mais um dígito
Entre os leais à utilitária convenção
Fazer dos bens uma extensão do ser,
Esquecendo da luta do existir,
É negar-se, afirmando muito ter.
Genuína ingenuidade perdida.
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