20 de janeiro de 2012

Oh Brave New World...

Homem Imune

Tentam imunizar o homem,
Torná-lo imune à humanização
Basta! Humanizar, sob a bênção
Dos médicos do corpo e da mente

Calmamente, não falo em alma,
Essa mandrágora dos metafísicos
A quem o tísico bate palmas
Definhando seu resto de humanidade

O que é saúde, o que é doença?
Há uma com a da outra ausência?
Retifico, é questão de pleno viver.
O são vive, o enfermo resigna-se

Homem imune aos embusteiros decadentes
Que dividem e hierarquizam o mundo
A fim de convencer que seus ideais
São sempre melhores que os dados naturais

Imunizado e, então, humanizado
Vibra o indivíduo por ser sujeito
E não estar sujeito a bem ou mal,
Conceitos sem fibra da moral víbora
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Todos nascem, nem todos vivem

Todo mundo, adiantando, nasce
E todo mundo, adiando, morre
Mas nem todos, que talvez sejam poucos
Sim, esses bravos poucos, vivem

A maioria reage ou queda inerte
‘Inda está na mecânica clássica,
Na mediocridade do condicionamento,
Desafiar criticar seria barbárie

Ah, estes abençoados pela ignorância
Iludidos, desconhecem que valoram
Não se decepcionam com sua irrelevância
O erro insiste e só aparência resiste

Não demonstram qualquer estilo
Não se arriscaram na improvisação
É conveniente ser mais um dígito
Entre os leais à utilitária convenção

Fazer dos bens uma extensão do ser,
Esquecendo da luta do existir,
É negar-se, afirmando muito ter.
Genuína ingenuidade perdida.

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