Que Medo?
Vemos na TV, em filmes, seriados policiais,
O horror, em games, suspenses e manchetes de jornais.
Temor e fobia das exceções, do particular,
Torna-se a regra; é demais, tudo parece declinar
A elite e os poderosos obtêm fartos lucros
Com o medo disseminado prioritariamente
Pela mídia, da urgência e do espanto dependente,
Que manipula a percepção, vidrando olhos brutos
Os medos vão se alimentado, uns aos outros,
Enquanto a maioria se retrai e não vive
A minoria se diverte com o capeta solto
O poder me ilude com o que eu nunca tive
As boas novas costumam restar, ignoradas:
As estatísticas precisam ser más, adulteradas.
Pelo debate non sense e simplista não se aprende
Sobre o contexto geral, que de tudo depende
São raros casos, mas os parcos insanos chocam.
Muito alardeiam, divulgam, ressoam, retumbam!
Os sensacionalistas à tarde de plantão
São experts em plantar ciladas e dissensão
Anseio e pavor diante do desconhecido
Receio e terror de conjecturas tenebrosas
Fanfarrões ditam a diária e líquida prosa;
Ficções repetidas como fatos verídicos
A pobreza, a desigualdade social,
Cidades inchadas de gente, sem empregos,
Falta de atenção por parentes sem apego
São as causas da violência e da dependência.
Drogas e armas fáceis só disparam o mal
Preferimos adiar os problemas profundos
Aparentemente insolúveis e pouco baratos
Para nos dedicarmos àqueles imediatos
Com alvos e culpados exatos – puna os imundos!
Adoramos bodes expiatórios – malha o Judas! –
Há clareza, controle e certeza: imperativa calma.
Pouco nos importa se assim vendêssemos a alma,
Pois com inimigo invisível: “Deus nos acuda”
Cresceu a insegurança por estas perdas:
De nossas provisórias vidas e posses.
Raciocínio doente, pessoas azedas.
Certas mudanças podem ser golpes de sorte
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