3 de novembro de 2013

O progresso poético é ético?

Rufião

Atravanca a boa andança
As vis ilações
provenientes da bocarra
do rufião das Astúrias.

O dito cujo vê galhardia
em seus imbróglios por Clarissa,
Meretrícula cocota,
nesses torrões austrais.

Furtivamente repta
Outros pernósticos
e enuncia loas nesse ínterim
monossilabamente –
Éctases do hirto.

Incide seu esporão
   em casulos inertes
      com desdém, empáfia
         tão peculiar a ignóbeis.

Junge, em decorrência
dessa fidalguia fajuta,
todos os pelintras.

É uma reles fístula,
     cujo atavismo remete
aos lendários salomônicos.


O Novo Subversivo

Repete a novela o ubíquo tema:
“ache o amor, resolva seus problemas”
A partir de então irá tudo brilhar,
pois tudo é tão lindo beijando seu par.

Declarações de amor efusivas
de um galanteador à moda antiga,
Nada mais patético, ela revida,
com pedidos de ânimo, dá em briga.

Um desempenho fantástico
Ser melhor do que os outros
Exibir sorrisos quadrados –
curtidas em peso é a prova  

Tácita hipocrisia social
Época porca e paradoxal:
Se pede só o de sempre,
embora em roupagens radicais;
Ganham só os mais mais,
ditos fodões subversivos,
deveras ajeitados ao sistema.

Fajuta e moderna transgressão:
Chocar o público em atos extremos.
Balela, haverá de chegar este dia:
“Foi internado, falou com o coração”.


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