[primeiro 2 hai kais, depois o poema]
Atrai admoestações,
Ata invernos e verões
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Porque alguém quer ser neurótico?
É coisa de gente estática,
toda existência é errática.
Chaleira
Ciclone antitropical:
a nevasca invernal nos trópicos
confunde os desleixados
Dá-se um jeito de acalentar,
a se calar diante a dor.
Mosaico intraestrelar:
um deslocado a vagar
Numa existência tão migrante
quanto minguante,
entre sucessivas implosões.
Sua colcha de retalhos,
entregue aos quatro ventos
Entrega a tantos outros
aleatoriamente
o que melhor tinha para oferecer.
Mergulhando seu cabelo na bacia
Deixa a água agir nos fios,
sem dar sequer um pio –
piii, a chaleira apita
sinalizando algo não sabido.
Cai o teto em blocos, lesto
A laje despenca sobre ele,
por sorte nada o acerta
Não dói como deveria
mesmo assim se sente mal.
O reflexo do pai no espelho
lembra-o de quem se é
Então dói como deveria –
de novo apita a chaleira,
sinal que é hora de apagar
(algum dos vitais fogos).
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