29 de janeiro de 2014

“Quem parece são não é e os que não parecem são”


O agá

eu sou agá
de homem, hora, história
de hidrogênio, horta, histeria
de hércules a agamenom.
sou herói sem a galera
hiperbólica agachada
a hilarizar os hidrófobos.

eu sou agá
de hábil e agatino habitante
ou de hipocondríaco hibernante?


Largo e ao Lago

olha só, quando me largo é que me alargo
até de lado o lago parece alado
logo sobre ele eu voo, à toa e dopado,
então um soul entoo: o som do atordoado


sendeirice

se os dedos doessem
se doar ele pudesse
qual nada, seu deus apodrece.
apresse essa prece
senão o doente adoece
o padeiro padece
e o pedinte apetece.

em paralelo descem os pedidos
já amarelo aparece o fedido
parado parece arrependido
e sonsas reticências tece –
sua senciência anoitece.


Mágoa

Esta mágoa
Estou certo, não é boa.
Sai daqui uma tromba d’água
ela em meu peito lampeja,
rebenta e trovoa.



 P.S.: É possível que eu publique mais uma leva dessas poesias esdrúxulas. No caso, a inspiração é leminskiana.

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