31 de janeiro de 2014

“Vai vir o dia quando tudo que eu diga seja poesia”


Kamiquase


O polilíngue paroquiano cósmico alardeia:
meia palavra basta
e meia piscada basta
mas na vida ninguém paga meia.


Anos distantes

    percorre um ano-luz
um percurso infindo
    onde a luz do sol reduz.

quão longe vai um ano-treva?
    abocanha imensidões
espaços e a vida cega?


Eu que vaticino

Você diz pra mim bem baixinho
meio de lado, a conta-gotas
“ai, você é mestre nisso
de cortar o clima”
Acha que assim me vaticina.
De surpresa lhe encho de beijinhos
e agora não me sai mais de cima.


Inversão

      Dita o monge um acre
Sua capa é seu disfarce
      Nele acredita um basbaque
E ignora o próprio desastre

      Qual filósofo-eunuco
cansado do inefável tédio,
      do infértil lusco-fusco,
inverte o alvo do mistério.


Falhas

A percepção falha
    Bradamos feito gralha
Queimamos feito palha
    Típico dessa nossa
Gentinha canalha


P.S.: Por tudo que disse e fiz, sinto muito, senti muito. Sentir é muito... lento.


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