1 de março de 2014

Versos que Rasuram o Ser




Morto Fecundo

Em maior parte as ideias
paridas não serão,
sabê-las ninguém precisa
Morrerão por apneia.
Em excesso o sono mata...

Se eu tivesse me tornado
aquele tal (venerado)
Quem sabe os que choram por mim
naquele caso acessariam
o que somente eu vislumbro...

Levo comigo pro caixão
ou pra uma urna adornada
segredos e visões de mundo
Demais queixosos conjeturam.
Depois de morto é que fecundo!

E quem foi o mais ingrato:
colegas, eu, o meio?
Após o último suspiro
os néscios e os nefastos
viram santos do retiro...

Rugas

Na cidade demarcada por ruas
Minha cara trespassada por rugas
espelha o cansaço urbano
As marcas da poluição
que almas vai matando.

O meu peito disparou ligeiro
o alerta pra não sermos inteiros
Quem é que almeja tal fardo?
Emular os sem rostos
é o desígnio dos magos.

No afã de atingir a paz de espírito
eu tornei meu ser bastante estrito
Por fim, despercebi a clausura
onde eu me tranquei tão contente,
agora rasura.


¬αβγ∞ω
 


Quem disse que toda custódia
precisa ser custosa?
Mas em todo resgate há desgaste

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