A minha vez eu passo,
Enquanto encaro o palhaço,
Que faz graça no paço.
Devagar a vida passo...
Enfim, gritam-me: Você está preso!
Logo meus pêlos ficam acesos,
Muitas saídas fornecem acesso -
Eis aqui a fórmula de meu sucesso.
Instalou-se por aqui um posto Esso,
Pergunto aos caboclos: É só isso?
Interpelam-se se sou um omisso;
Pode significar algum progresso?!
Deduzo que é apenas o recesso.
Deixa o povo deveras disperso.
Repenso. Apenso dispenso um riso,
Asseguro-me que seja conciso.
Fala-se esta falácia:
Progresso está recesso.
Soneto da Memória Perdida
Única ferramenta de trabalho
Mister para ouvir: Tu és inteligente!
Meu labor, pela memória atalho
Assim julgo a minha vida decente
Insiste meu cérebro a ficar lento
Crepúsculo nessa senil idade
Não tenho mais reflexibilidades
É a morte de todo e qualquer talento
Luta diária do então grande homem
De pé, contra organismos que o quê comem?
Corroem, minha ufania é ferida
Fato não me apresenta como crível
Fim da relação outrora sensível
A decadência orgânica da vida
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Para compensar duas poesias perdidas fiz duas, "achadas".
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