4 de agosto de 2013

De Galos e Ratos

 Sua vida de antemão decidida
Sua viagem à prazo antevista.
As juras: fantasias têm apelo
atrofiadas diante das mãos.
Suas respostas na planilha da entrevista
Apostasia e desapego, o chavão
a dizer: ó culto, personalista!
 
Opacos nexos perduram
Confundem sujeitos nervosos,
por fama e glória sequiosos,
A mesmice do mundo aturam.
Enfastiados como um galo
dono do poleiro de um dono brejeiro
Nem percebem quando são usados.
 
Renúncias ao que for autêntico –
Marcha de manequins sorridentes.
Anúncios reverberam ilhados,
Quem captará sentidos velados?
Fazem comparar só entre idênticos;
adaptados, dopam caracteres.
Nesse jogo competem caráteres.
 
Ao fim, o efeito direto:
Fim da arte e de todo artista
Que renova, ri e inova
alguns dialetos.
 
Os ratinhos ouvirão Josefina
Todos, imitadores e artesãos,
repetem e gozam nessa masturbação.
Senão é o estranho sofredor
Avulso, sonhador, resigna-se.

9, 8, 7...1, 2, 3, 4
Obs.: Talvez em seguida venham apenas poemas/poesias/letras, umas coisas bem atuais e outras nem tanto. Mas isso não significa que eu esteja poético e artista demais, tenho escrito e pensado bastante logicamente, apenas não expus estas ideias nesta mídia. Por sorte ou azar, minha ou dos interlocutores, as divagações não estão gravadas para a posteridade, difundiram-se ou esfacelaram-se como grãos de areia em meio ao tumulto da cidade. De qualquer forma, não sou um sujeito influente.

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