Chorar
Quando se é bem novo
e do tipo juvenil durão
Demonstrar raiva indomável
é sua admissível emoção
Suporta-se o que depois
se torna insuportável.
Com os pelos ficando alvos
nota-se uma outra pureza
A dos que têm o crânio calvo,
dos que sentem um incômodo
e choram pra dizer a todos:
Venham aqui me trazer calma.
É maturidade alcançada.
Evitar chorar a todo custo:
tolices de um Zé Ninguém.
Uma extravagância
Que derrame sobre mim esta chuva:
A
chuva do exílio
Perturba meu ser em súbita ajuda,
Ao
confuso é auxílio.
Embevecido, disparo meu grito
(Vocalização)
Extemporâneo, inquieto levito
(Localização)
Solto, logo absorto, em selva de pedras
Corro
e faço menção
Aos acintes de quem vem e empareda –
Sofro
e peço bênção
Despropósito tolo deste efusivo
São
mais disparates
De propósito, a teimoso alusivo
Em
letra escarlate.
E se honorificamente extravio
Essa
extravagância
É porque em todos eu vejo o vazio –
Penosa
vacância.
P.S.: Este mês haverá um retorno provisório dos poemas. Como eu os deixei guardados, foram se acumulando e agora é a hora de liberá-los. Acho bom avisar para quem não gosta deles, é melhor nem aparecer por aqui esses dias. Eu gosto deles, mas é claro que sou suspeito. Enfim, tente se divertir.
Uhul 0
ResponderExcluir